O presidente da Comissão de Acompanhamento da Intervenção na Saúde de Cuiabá da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT), deputado Paulo Araújo (PP), transpareceu desconhecer a finalidade do Gabinete Interventivo. Isto porque, ao conceder entrevista à imprensa, Araújo disse que a intervenção estadual na saúde da Capital deve ser prorrogada para o Gabinete interventivo concluir obras em andamentos. Contudo, execução de obras não consta entre os objetivos da intervenção requerida pelo Ministério Público.
Ao justificar sua tese, o deputado cometeu outra gafe, citou a reforma da Policlínica do Coxipó, a qual foi iniciada ainda na gestão do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro. A Prefeitura anunciou em maio de 2022 "uma grande reforma" na Policlínica do Coxipó, considerada uma das mais antigas unidades de saúde da Região Sul, na época, argumentou ser inviável fechar tudo de uma vez para reforma.
“O período é necessário para planejamento médio e longo prazo para os projetos estruturantes. Vou dar um exemplo aqui, a Policlínica do Coxipó, local totalmente insalubre, sem condição nenhuma de dar um atendimento digno a população. Você não faz obra da noite para o dia. A intervenção no primeiro momento estancou esse estresse da saúde. Em meu entendimento, o Tribunal de Justiça acatará o pedido do Ministério Público e prorrogar até 31 de dezembro o trabalho da intervenção”, declarou o deputado.
Você não faz obra da noite para o dia
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Sem citar a cobrança pela convocação de aprovados no concurso público, Paulo Araújo defendeu a realização do certame que já foi realizado pelo município antes mesmo da intervenção. Lembrando que o concurso foi homologado no período interventivo, sendo que dos 1.652 aprovados somente 359 foram convocados até o momento.
Questionado pelo sobre a reclamação de uma ex-servidora do Hospital Municipal de Cuiabá – HMC, identificada por Meire Brugnago, que denuncia ter sido substituída na coordenadoria do RH por outra pessoa, segundo ela, sem graduação para ocupar a função, Paulo desconversou. Ele afirmou que os que ocupam cargos de nível estratégico são qualificados e afirmou desconhecer a situação da servidora citada.
O parlamentar também foi questionado sobre relatos de médicos que estão recebendo o "salário picado", ou seja, recebendo de forma fracionada. “O gabinete de intervenção assumiu uma dívida milionária, mais de 300 milhões de reais. Esse valor da dívida que foi reconhecido pela própria Prefeitura de Cuiabá é impagável num prazo de três meses. A intervenção não está com varinha de condão para fabricar dinheiro, para aquilo que fizeram em quatro anos”, declarou.
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