Sem que houvesse acordo com o Governo do Estado, a greve de parte dos servidores da educação de Mato Grosso completará dois meses no próximo sábado (27). Os profissionais reivindicam o cumprimento da Lei da Dobra do Poder de Compra (510/2013), que garante a dobra dos salários; além disso, cobram melhores condições de trabalho, melhor infraestrutura das escolas e convocação dos aprovados no último concurso público do Estado.
Segundo o governador Mauro Mendes (DEM), o Estado não possui condições financeiras para saldar esses custos e chegou a declarar que não vai dar cheque sem fundo para atender ao Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT). Confira matéria relacionada.
Em entrevista ao oticias No Ar, o ex-prefeito de Cuiabá e atual deputado estadual, Wilson Santos (PSDB), disse que um relatório apresentado pelo secretário de Estado de Fazenda Rogério Gallo, na Assembleia Legislativa, no primeiro quadrimestre de 2019, comprovou que o Governo tem dinheiro, sendo assim, não há justificativa para a dívida de cerca de R$ 128 milhões com a educação.
“O Estado arrecadou de janeiro a abril R$ 235 milhões a mais do que arrecadou no mesmo período em 2018. O Estado arrecadou só do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), nesses quatro primeiros meses, R$ 706 milhões, o que nos leva a concluir que o Fethab terá um aumento em relação ao ano passado de 600 milhões aproximadamente”, argumenta.
Wilson Santos disse ainda, que Mendes está sendo desrespeitoso com a classe, principalmente ao descontar o salário de uma classe que é obrigada a repor as aulas. “O ano letivo só encerra se completar 200 dias letivos cumpridos, então, por isso eu apresentei um projeto de lei, proibindo o desconto dos dias parados do profissional da educação, já que estes têm a obrigação de repor essas aulas mais a frente ”, completou.
Segundo o deputado, a gestão de Mendes está arrecadando mais que o Governo de Pedro Taques (PSDB), no entanto, conforme ele, “o Governo Taques pagou em todos os anos a lei complementar 510, em 2015, 2016, 2017 e 2018, pagou 100%; nunca houve um dia de paralisação por conta dessa lei”.
“O Governo do Mauro implicou com os profissionais da educação, não abre mão; os profissionais tentaram a conciliação e não conseguiram, agora estão algemados. Cortou salário, tem profissional que não recebe há dois meses. A gente quando tem um contrato que atrasa cinco ou seis dias já é um desespero, calcula alguém sem salário, para pagar Energisa, Águas Cuiabá, DAE. Na minha opinião é muita maldade do Governo”, conclui Wilson Santos.
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