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Política Quinta-feira, 30 de Junho de 2022, 07:52 - A | A

Quinta-feira, 30 de Junho de 2022, 07h:52 - A | A

DIÁLOGOS INCONSISTENTES

Membro do Centrão, ao "roer corda" com MDB e abrir diálogo com PT, Neri Geller trai suas origens

Deputado federal e pré-candidato ao Senado, Geller cria embaraços ao seu partido

Jorge Maciel e Kleyton Agostinho/VGN

Dois dias após o presidente do MDB, deputado federal licenciado, Carlos Bezerra, afirmar que não sabia do flerte do deputado e candidato ao Senado, Neri Geller (PP) com o Partido dos Trabalhadores (PT), conforme informou ao #vg, o presidente do PT estadual, deputado Valdir Barranco, o correligionário de Geller, Paulo Araújo, declarou que Neri “tem autonomia para decidir onde levar o partido e a direção que achar melhor”, embora a palavra final seja do senador Ciro Nogueira, presidente nacional da agremiação e um dos líderes do Centrão.

Contudo, Barranco, assegurou que um eventual apoio petista a Geller, no seu projeto de se eleger senador, estava condicionado a que ele [Neri Geller], embarcasse na campanha de Luiz Inácio da Silva, pré-candidato a presidente da República. O apoio petista ao PP de Geller teria que ser filtrado por históricos da legenda.  

Integrante do Centrão, partido que aglutina o PP, PL, PTB, PSD,Republicanos, PTB, PSC, Pros, PSC e Avante e dá sustentação ao presidente Jair Bolsonaro, se alinhar a partidos de esquerda e centro-esquerda em troca de apoio termina sendo uma grande contradição, dizem analistas políticos consultados por . "É como acender uma vela para o santo, outra para o diabo", completam. 

A observação de Paulo Araújo também sustenta a tese que Neri já 'roeu' a corda, quebrando, na surdina, o acordo informal que tem com o MDB de Bezerra. Ao procurar diálogo com o PT termina sendo um blefe, dizem os mesmos analistas. Pelo acordo não oficial firmado em palavras com Carlos Bezerra, Geller receberia apoio dos emedebistas no seu projeto de se tornar senador, sob a condição de ingressar na campanha da senadora sul-mato-grossense Simone Tebet (MDB/MS), pré-candidata à sucessão presidencial. 

Veja também: Bezerra diz não conhecer recuo de Geller sobre adesão à presidenciável Simone Tebet em troca de apoio ao Senado

Alguns avaliam que, ao perceber que iria perder terreno no seio bolsonarista para o seu adversário, o senador Wellington Fagunes (PL), pré-candidato à reeleição, Neri saiu atirando para todos os lados. O apoio do PT ao seu projeto talvez seja mais complicado e improvável, já que o partido já anunciou Enelinda Scala como  pré-candidata ao Senado, em que pese o fato de o PV e PCdoB, partidos que compõem a federação em que o PT está, ainda não terem aprovado seu nome.

Outro ponto que tempera a controvérsia é que além de Neri Geller ser da base bolsonarista no Congresso, o conhecido Centrão, apoia a eventual candidatura de Mauro Mendes à reeleição, em Mato Grosso. O MDB até apoiaria Mendes, mas o PT é terminantemente contra.

— “Defendo continuarmos na base do governo estadual e seguir a orientação que a nossa bancada recomendar em nível nacional”, disse Paulo Araújo. 

Ao justificar os movimentos que Neri Geller faz, sua assessoria explicou que o que parece traição ao MDB e as suas conversas com petistas são, na verdade, apenas a necessidade normal de o deputado conseguir o maior número de apoiadores possíveis ao seu projeto de chegar ao Senado.

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