O governador Mauro Mendes (União) declarou, nesta quinta-feira (27.03), durante coletiva de imprensa, que vê com desconfiança a condução dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento que tornou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado, atos antidemocráticos e intenção de abolir o Estado Democrático de Direito, no episódio ocorrido em 8 de janeiro.
Em sua fala, o chefe do Executivo destacou críticas de especialistas que questionam o fato de o inquérito estar sendo conduzido pelos próprios ministros que foram alvo dos planos investigados, como o relator do caso, Alexandre de Moraes, que chegou a receber ameaças de morte.
“Existem muitas dúvidas. Eu já vi muitos juristas e especialistas comentarem. Eu sou engenheiro de formação, não sou especialista em processo penal, mas vejo muitas pessoas qualificadas fazendo críticas, porque esse julgamento está sendo feito por quem conduziu o inquérito. É como se o mesmo agente fosse o delegado, o promotor e o juiz. Então, é algo muito estranho e que me deixa bastante preocupado”, declarou.
Mauro enfatizou que todo cidadão tem o direito à defesa e a um julgamento imparcial. “Todo brasileiro que for acusado, ele merece o direito de uma defesa e ser julgado por um tribunal isento. Me parece que existe muita dúvida se isso está acontecendo em Brasília”, afirmou.
A denúncia contra o ex-presidente e os demais réus foi aceita pela Primeira Turma do STF nesta quarta-feira (26), com os ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia, responsáveis pela decisão.
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