Com o espaço para alianças tradicionais bastante restrito por resistências dos "marineiros" a uma chapa mais heterodoxa, a dupla formada pelo governador Eduardo Campos (PE) e pela ex-senadora Marina Silva buscará no mundo artístico apoio ao projeto eleitoral do PSB e Rede.
Segundo a Folha apurou, os dois partidos organizam um evento com artistas e intelectuais no Rio. Oficialmente, a ideia é discutir uma política cultural.
Com data inicialmente prevista para 23 de novembro, calendário ainda não confirmado antes de consulta a parte dos convidados, o objetivo é engajar músicos, cineastas, escritores e representantes da dramaturgia no "palanque alternativo" do governador e da ex-senadora.
Serão chamadas celebridades como o ator Marcos Palmeira, recém-filiado ao PSB e cotado para disputar o governo do Rio; o documentarista Silvio Tendler; o cineasta Guel Arraes, parente de Campos; a atriz Maitê Proença, entre outros.
Desde que firmaram a aliança, em 5 de outubro, Marina e Campos têm conseguido manter presença na mídia. A ordem é seguir criando fatos para compensar o que dos dois não possuem: apoios partidários robustos capazes de garantir à dupla presença abundante na propaganda de TV nas eleições de 2014.
O engajamento de artistas sempre foi muito explorado pelo PT para mostrar força nas disputas eleitorais. Nas eleições nacionais de 2010, o partido convocou um grande ato de apoio a Dilma Rousseff na virada do primeiro para o segundo turno contra o tucano José Serra (SP).
Em um palco repleto de artistas no Teatro Casa Grande, no Rio, a então candidata dividiu a mesa com o cantor Chico Buarque e com o arquiteto Oscar Niemeyer, que morreu em dezembro de 2012. Na época, o evento serviu para mostrar força política no meio cultural e reanimar a militância, impactada com o fato de a petista não ter vencido no primeiro turno.
BAHIA
O ato no Rio será o penúltimo de Campos e Marina neste ano. Em dezembro, eles voltam a se encontrar em público na Bahia. A ideia é lançar a primeira candidatura conjunta entre PSB e Rede, indicando a senadora Lídice da Mata (PSB) à sucessão do governador Jaques Wagner (PT).
"Minha candidatura já estava posta antes, mas é claro que essa vinda da Marina reforçou bastante o caminho que estávamos trilhando", disse a senadora.
Para esse evento, Campos e Marina negociam o lançamento ao Senado da ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon, que de 2010 a 2012 patrocinou vários embates com entidades de classe dos juízes em decorrência, entre outras coisas, de investigações contra magistrados.
Ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Calmon pode por lei se filiar até o início de abril a algum partido político para disputar as eleições de 2014.
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