A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV), destacou nesta segunda-feira (15.04) que a Secretaria da Mulher da capital é pioneira no Estado ao implementar políticas públicas para o acolhimento de mulheres vítimas de violência e para garantir auxílio aos órfãos do feminicídio. Durante uma audiência pública sobre misoginia, com a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, Márcia fez um apelo especial aos pré-candidatos à Prefeitura de Cuiabá.
“Temos dois pré-candidatos presentes nesta Assembleia: o deputado Botelho e o deputado Lúdio. Peço enfaticamente que não permitam o fim da Secretaria Municipal da Mulher. Vocês talvez não compreendam a importância desta Secretaria para os municípios; não têm noção de quantas vidas foram salvas por meio dela”, declarou a primeira-dama.
Márcia, candidata ao Governo do Estado em 2022, recordou ter sido alvo de misoginia durante o pleito, atribuindo as ofensas ao seu adversário, o atual governador Mauro Mendes (União).
“Fui candidata pela Federação Brasil de Esperança, por solicitação do presidente Lula, para o cargo de governadora. O atual governador, representante da esquerda, me insultou, chamando-me de 'cara de pau' e desqualificada. Questionou minha capacidade para o cargo simplesmente por ser mulher. Muitos de vocês estão cientes disso. Infelizmente, o líder do nosso Estado demonstra um comportamento machista, o que me causou profunda ofensa”, relatou Márcia em seu desabafo.
Ela enfatizou a importância dos trabalhos da Secretaria diante do cenário de violência, destacando especialmente que Cuiabá foi a primeira cidade brasileira a implementar um programa de auxílio aos órfãos de feminicídio. “Crianças que perderam a mãe e, ao mesmo tempo, o pai — que pode ter fugido, sido preso ou se suicidado — acabam sendo cuidadas por tios, primos ou avós. A Prefeitura oferece um salário mínimo por criança, não por família”, ressaltou Pinheiro durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT).
Além disso, destacou que Cuiabá é pioneira no Brasil ao estabelecer um espaço de acolhimento para mulheres em um hospital público, como o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). “Sempre afirmo que, graças a Deus, estamos à frente de muitas cidades em termos de políticas públicas”, declarou.
Márcia Pinheiro revelou que o Espaço de Acolhimento às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica no Hospital Municipal surgiu após uma conversa com a ativista Maria da Penha. Durante a visita a Cuiabá, Maria da Penha destacou a importância de um espaço humanizado que evite expor as mulheres a questionamentos invasivos, como: "Apanhou, mas por quê?"
“A mulher já chega tão machucada e começa essa questão do preconceito. Maria da Penha enfatizou a necessidade de criar, nos espaços públicos de saúde, áreas separadas para evitar que as mulheres enfrentem preconceitos ao buscar atendimento”, destacou Márcia.
A primeira-dama de Cuiabá afirmou que mais de 1300 mil mulheres já passaram pelo espaço de acolhimento, que oferece atendimento médico, psicológico e atendimento social. “Mais de 1300 mulheres, que graças a Deus foram salvas com apoio desse grande espaço que funciona há quatro anos, 24 horas por dia.”
Pinheiro anunciou também a ampliação do espaço de acolhimento para a UPA do Verdão e para todas as unidades de saúde da capital. “A partir da próxima semana, começando pela UPA do Verdão, estaremos implementando um novo espaço de acolhimento em todas as unidades de saúde da capital, incluindo UPAs e policlínicas”, afirmou.
Independência financeira - Em Cuiabá, mais de 6 mil mulheres se beneficiaram com mais de 40 cursos oferecidos pelo programa Qualifica Cuiabá. Adicionalmente, o Cuiabanco mantém uma linha exclusiva de crédito para empreendedoras; até o momento, 135 mulheres receberam auxílio financeiro visando a criação do próprio negócio.
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