O ministro da Agricultura, senador licenciado Blairo Maggi (PP), encaminhou nesta sexta-feira (04.08) nota à imprensa, negando que tenha autorizado o pagamento de precatórios para a construtora Andrade Gutierrez com o objetivo de comprar apoio de parlamentares do Estado.
A informação contra Maggi consta em reportagem publicada pelo Folha de São Paulo, que mencionou que a revelação sobre o caso foi feita pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), durante delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na reportagem da Folha de São Paulo, o jornal aponta que o ministro, então ocupando cargo de governador, teria participado de uma reunião com o então secretário da Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes e com Silval Barbosa para acertar o suposto esquema que teria autorizado o pagamento de cerca de R$ 260,6 milhões em precatórios para a construtora Andrade Gutierrez. O procedimento teria sido adotado por Maggi com objetivo de abastecer um esquema de compra de apoio de parlamentares.
Na nota, o ministro negou que tenha existido qualquer irregularidade nos pagamentos de precatórios durante sua gestão. “O rito obedecido no caso dos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos da estrutura do governo do Estado de Mato Grosso, e de acordo com os procedimentos exigidos”, diz trecho extraído da nota.
Maggi diz que “nunca participou” de qualquer reunião com fins espúrios, como citado na reportagem da Folha de São Paulo.
“Por fim, entendo ser lamentável os ataques a minha reputação, mas estou com a consciência tranquila e assim que tiver acesso ao teor da possível delação usarei de todos os meios legais necessários para me defender, pois definitivamente acredito na Justiça. O momento exige serenidade e responsabilidade”, diz outro trecho extraído da nota.
Vale lembrar, que ainda em abril deste ano, a reportagem do oticias já havia divulgado em primeira mão, que o ex-governador Silval Barbosa estava delatando esquemas de corrupção e revelado suposta participação do ministro Blairo Maggi (época em que comandou o Estado), deputados e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Na época, Silval ainda estava detido no Centro de Custódia da Capital (CCC). Clique aqui e confira reportagem.
Veja abaixo a nota do ministro Blairo Maggi na integra:
Deixo claro, desde já, que causa estranheza e indignação que possíveis acordos de colaboração, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública. Mesmo assim, diante dos questionamentos, vimos a público prestar os seguintes esclarecimentos:
1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para obstruir a justiça ou atrapalhar as investigações. Essa afirmação é mentirosa, leviana e criminosa.
2. O rito obedecido no caso dos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos da estrutura do governo do Estado de Mato Grosso, e de acordo com os procedimentos exigidos.
3. O destino dos recursos já no âmbito da iniciativa privada não é da alçada de um governador de Estado, de modo que desconheço, em absoluto, qualquer relação comercial entre a Andrade Gutierrez e a empresa Piran Participações.
4. Nunca participei de qualquer reunião com fins espúrios, seja como governador ou em qualquer outra função que já desempenhei nas iniciativas públicas ou privadas.
5. Jamais utilizei de meios ilícitos na relação entre o Poder Executivo e a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional;
6. Por fim, entendo ser lamentável os ataques a minha reputação, mas estou com a consciência tranquila e assim que tiver acesso ao teor da possível delação usarei de todos os meios legais necessários para me defender, pois definitivamente acredito na Justiça. O momento exige serenidade e responsabilidade.
Blairo Maggi
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