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Política Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2020, 15:30 - A | A

Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2020, 15h:30 - A | A

Entrevista

Leitão aposta em experiência política para eleição suplementar e atribui derrota de 2018 a “onda Bolsonaro”

Rojane Marta/VG Notícias

Pré-candidato declarado para eleição suplementar em 26 de abril, que escolherá o novo representante de Mato Grosso no Senado Federal, no lugar da juíza aposentada Selma Arruda (Podemos), cassada pela Justiça Eleitoral por caixa dois, Nilson Leitão (PSDB) se diz preparado para nova oportunidade e está confiante que sua experiência política falará mais alto nesse pleito suplementar.

Em 2018, Leitão disputou o cargo e obteve 330.430 mil votos (12,00% dos válidos), ficando na quarta posição na corrida eleitoral, atrás do ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), e dos eleitos: Selma Arruda (em primeira colocação) e Jayme Campos (DEM).

Nilson foi o candidato que declarou maior gasto ao Tribunal Superior Eleitoral – R$ 2,9 milhões. O limite em 2018 para gasto eleitoral para o cargo de senador era de R$ 3 milhões. Indagado sobre o valor declarado a Justiça, Nilson disse em entrevista ao oticias que “talvez ele tenha sido um dos únicos que realmente declarou os gastos de forma oficial à Justiça”.

“Com certeza posso garantir que muitos gastaram muito mais do que eu e não declararam, eu declarei tudo que gastei, tinha um limite de R$ 3 milhões, por lei, e tudo que eu gastei, declarei. Vários concorrentes meus gastaram duas vezes, até quatro vezes mais, quem sabe, e não declararam, essa é a grande diferença, é só ver o volume de campanha de cada um” explicou.

Sobre o que pode ter dado errado em 2018 para ele não obter êxito no pleito, Leitão diz que acredita que a onda Bolsonaro foi um dos principais motivos. “Eu estava talvez na melhor fase de relacionamento com o eleitorado, mas houve, é claro, o efeito Bolsonaro, que acabou, não só em Mato Grosso, mas no Brasil inteiro, elegendo muitas pessoas que às vezes nem eram tão conhecidas, não tinham tantos serviços prestados, mas que o eleitor preferiu eleger pessoas que estavam no mesmo grupo do então candidato Jair Bolsonaro naquele período”.

Segundo ele, sua lealdade com o PSDB não permitiu que, mesmo tendo simpatia pelo então candidato Jair Bolsonaro, que na época estava filiado ao PSL, declarasse apoio para ele para agradar o eleitorado e ter melhor desempenho nas urnas.

“Eu era líder do PSDB e tinha que escolher entre a minha lealdade, entre os valores que a gente defende dentro de casa, ou seja, não podia ser um oportunista e pular do barco porque o outro barco estava melhor do que o meu, eu honrei a minha fidelidade até o último dia do primeiro turno, depois do segundo turno eu apoiei Bolsonaro, mas no primeiro turno eu era líder de um partido que tinha um candidato a presidente da República, e eu honrei com ele até o último dia e paguei o preço” declarou.

Assim também aconteceu com o então governador Pedro Taques (PSDB), que buscava à reeleição, sem êxito, e estava com a imagem muito desgastada perante o eleitorado mato-grossense. “O próprio governador eu também honrei até o último dia. O governador, inclusive, fez menos voto que eu nas eleições, então tudo isso pesou, claro, contrariamente, mas eu não me arrependo de ter escolhido a dignidade e não a popularidade” enfatizou.

De acordo com o tucano, em 2018 o eleitor não prestou atenção muito nas propostas, ele acredita ter sido “uma guerra de lado”. “Queriam muito derrotar o PT e isso foi até uma coisa engraçada, porque ninguém em Mato Grosso combateu o PT mais do que eu até então, eu fui líder da oposição contra o PT, eu era quem sabe o político mais combatível ao Governo petista naquele momento. Mas, o eleitor não prestou atenção nisso nas eleições, ficou como se colocasse tudo na mesma vala, e eu fui o único que participei do impeachment, discursei para três milhões de pessoas na avenida Paulista contra o PT. Na verdade foi uma eleição que não tem muita explicação, acho que a explicação mais simples é essa: quem estava na carreata do Bolsonaro e quem não estava, que estava teve muito mais chances e foi aí que foi uma das razões que perdi a eleição dentro dessa estrutura, mas acho que é um momento, e aconteceu o que tinha que acontecer, e agora, aparece uma segunda chance”.

Leitão ainda completou: “Perder faz parte do jogo, eu fiz 330 mil votos com tudo isso, eu tentei fazer a politica da forma mais transparente, dentro do trabalho, eu era o parlamentar que colocou emendas em todos os 141 municípios do Estado, que apresentou todos os projetos que o eleitor queria, apresentei projeto da redução da máquina a pública, reduzindo a quantidade de deputados, senadores, do tamanho da máquina, eu fui relator de CPI e denuncie mais de 120 pessoas por invasão de terras e corrupção, eu fui presidente da maior frente do congresso que é do agro, mesmo não sendo produtor rural, fui líder da oposição contra o PT, onde mostrou claramente que Mato Grosso não queria mais aquele modelo petista, então todos os predicados de um político eu tinha pra ganhar aquela eleição, mas perdi, isso foi uma derrota pessoal? Não, foi um momento de comunicação, de interpretação, respeito a vontade do eleitor e aceitei o resultado com a maior tranquilidade democrática que um político tem que ter, escolheram a juíza Selma Arruda e o senador Jayme Campos”.

Ele deixou claro não ter participado de nenhum ato para tirar Selma Arruda do cargo. “A Justiça decidiu que a juíza Selma cometeu alguns erros, eu não participei desse processo, se dependesse de mim ela seria senadora até hoje, não entrei com nenhuma ação, não aceitei ser parceiro das ações que entraram, mas a Justiça definiu. Eu não quero o lugar dela, eu nunca quis o lugar de ninguém, eu quero o meu lugar, onde eu disputei na urna e agora, de novo a Justiça Eleitoral deu a oportunidade de nova eleição. Então eu quero novamente disputar de forma democrática, educada e de forma respeitosa e colocando os meus sonhos, quero que os sonhos que eu já plantei lá no congresso possam tornar realidade”.

Dentre suas qualidades que o credenciam a ser candidato ao Senado, Nilson destaca: “serviço prestado, fui um dos oitos deputado que mais apresentou projetos, que liberou recursos para todos os municípios de Mato Grosso e tentar ser verdadeiro, o mais possível e o Senado Federal é um ambiente que cuida dos assuntos do Estado, mas precisa humanizar, eu quero ser aquilo que sou desde vereador, cuidar de gente faz a diferença, acho que falta cuidar de gente. Se eu for eleito vou ser um funcionário público pronto já para dar resultado no dia seguinte, não vou lá para aprender andar no corredor, saber o nome e como que funciona uma comissão ou um projeto, como que é a tramitação disso ou daquilo, a burocracia, não, eu conheço bem e liderei durante sete anos um processo como esse”.

Para Nilson, a eleição suplementar será diferente das eleições de 2018, nesta, ele acredita que o eleitor escolherá o mais preparado. “Acho que essa eleição é a da mensagem, o eleitor vai prestar muito mais atenção nos candidatos do que na outra, o eleitor em 2018 votou mais para derrotar do que para eleger alguém, e com razão, o Brasil precisa ser passado a limpo, e eu estava ajudando a fazer isso, mas muita gente não prestou atenção. Será uma eleição em que o eleitor irá prestar mais atenção, então a mensagem será muito importante e eu tenho o que mostrar, não vou só prometer algo, eu tenho cinco leis vigentes, tem gente que está há 30 anos no congresso e não tem uma lei aprovada, eu tenho cinco em oito anos, dos meus oitos anos eu fui líder sete anos no congresso nacional, tenho um espaço e uma relação com o Governo muito forte”.

Quanto aos apoios políticos e seus futuros suplentes, Nilson disse que é cedo para falar e eu precisa esperar que o quadro de candidatos se defina. “Imagina uma corda cheia de nozinhos e você tem que achar o fiozinho certinho para puxar e desatar todos eles, está todo mundo querendo ser candidato, e tem que respeitar todo mundo. A escolha dos suplentes vai depender desse desfecho. O mapa de suplência é o mapa de voto, para saber aonde o suplente irá lhe dar voto e é uma decisão partidária, que deve ser tomada entre os dias 03 e 04 de março”.

Ao finalizar ele pediu para que o “eleitor preste atenção de fato nas propostas”. “Não terá um candidato perfeito como o eleitor deseja, todos tem seus defeitos, como qualquer filho, qualquer irmão, pai e mãe, mas que seja aquele que tenha essa veia política pra dizer: ‘olha eu quero que dê resultado para meu Estado e que seja escolhido o candidato que realmente esteja pronto para dar resultado para todo Mato Grosso.

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