Ele está bem vivo, graças a Deus, disse Roney Candido da Silva, 42 anos, ao ser indagado pela reportagem do oticias quanto ao seu pai, Luiz Candido da Silva, apontado como morto desde 1990 pelo promotor de Justiça Celio Joubert Furio, em inquérito civil público.
No inquérito, o MPE diz que apesar de ter falecido em 1990, Luiz Candido da Silva ainda consta como ativo na folha de pagamento da Assembleia Legislativa e recebendo salários e benefícios de carreira. Leia Mais: Morto em 1990, servidor ainda recebe e ganha benefícios da AL/MT, aponta MP/MT
Indignado com o inquérito do MPE, que teve grande repercussão no Estado, Roney afirmou ao oticias que na segunda-feira (25.06) irá na sede do Ministério Público apresentar seu pai ao promotor. Ele explicou que seu pai está viajando para Góias, mas que já está voltando.
“Ele está com meu irmão viajando, para Goiás, e já mandei meu irmão trazer ele, segunda-feira eu vou apresentar ele lá no Ministério Público, vou levar ele lá. Domingo ele sai de lá (Goiás) e segunda-feira, cinco horas da manhã, ele estará aqui, as oito horas da manhã estaremos lá no Ministério Público, vou apresentar ele para esse promotor, já mandei meu irmão fazer um vídeo com ele lá e mandar para mim também” pontuou.
De acordo com ele, seu pai deu entrada em sua aposentadoria no mês passado. “No mês passado meu pai deu entrada na aposentadoria, eles estavam querendo aposentar meu pai por invalidez, só que meu pai tem tempo de serviço, tanto por tempo, como por idade. E aí meu pai assinou a papelada no mês passado para a aposentadoria dele, e quando pensa que não, chega essa ordem absurda deste promotor, dizendo que meu pai está morto desde 1990” relatou ao oticias.
Segundo ele, seu pai está há 36 anos lotado na Assembleia e neste período, nunca apresentou um atestado médico e nunca faltou um dia de serviço.
Conforme Roney, seu pai ficou pasmo ao saber que o MP/MT estava lhe tratando como morto. “Nossa Senhora, primeiro ele ficou pasmo né, deu aquele sorriso de que absurdo né, lastimável” disse.
Roney contou que seu pai tem toda movimentação bancária, recebe extrato, e que foi várias vezes na Assembleia para fazer perícias. Em momento algum esse promotor notificou a Assembleia para saber a verdade, ele já mandou instaurar um procedimento, em momento algum perguntou para o secretário da AL/MT. Mas infelizmente é a Justiça né, ele é promotor, acha que todo mundo é bandido, vamos dizer assim, porque uma pessoa que morre e continua recebendo, chamou minha mãe de bandida, me chamou de bandido, chamou meus irmãos de bandidos, de estarmos recebendo e fraudando contra o Estado” desabafou.
Indagado sobre uma ação civil pública, onde consta no inquérito que foi tirada dela as informações, Roney disse que seu pai nunca respondeu processo civil.
Ao ser questionado se o promotor pode ter confundido os nomes, até porque ele teria citado no inquérito a possibilidade de se tratar de homônimo - aquele que tem o mesmo nome de outro -, Roney disse acreditar que não houve confusão. “Ele não confundiu nada aí não, ele está falando do meu pai. Toda Assembleia inteira conhece meu pai, não tem como confundir”.
Roney disse que já acionou seu advogado e vai tomar todas medidas possíveis. Ele quer que o promotor venha a público se retratar. “Já falei com meu advogado, vou tomar todas medidas cabíveis, se tiver que representar ele (promotor), vamos representar, todas as medidas possíveis e impossíveis a gente vai tomar. Pode ter certeza que não vai ficar assim, não tenho medo, vou brigar dentro da lei, mas uma coisa é certa: ele tem que se explicar, ele tem que explicar para o meu pai e pedir desculpas para ele” declarou.
Segundo ele, o inquérito poderia ter corrido em sigilo, até que Celio Joubert Furio se cientificasse da verdade dos fatos. “Ele deveria ter colocado os autos em sigilo, antes de deixar ao público, agora ele terá que vir a público e explicar, minha família inteira, pessoal do Paraná, está sabendo disso. Não tem noção de como estão as coisas” disse.
Para Roney, o que causa estranheza, é o fato de que há mais ou menos dois anos seu pai ficou entre a vida e a morte. “Há um ano e meio, dois anos, meu pai operou, ele teve AVC, e foi para o centro cirúrgico com 80% de chance de morrer, graças a Deus sobreviveu, está lúcido” pontuou.
Ao finalizar, destacou: “Meu pai corrigiu a gente com peso de pancada, agora vem um cidadão sabe lá de onde, é de causar indignação, meu pai a vida inteira serviu o Legislativo e agora, em descansando, chega uma bomba dessa para ele. Não tem logica um negócio desse”.
Outro lado - A reportagem do oticias não conseguiu falar no Ministério Público, tendo em vista que o órgão está fechado nesta sexta (22.06), em virtude do jogo do Brasil, na Copa do Mundo 2018.
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