A vice-presidente do grêmio estudantil, da escola estadual Adalgisa de Barros, em Várzea Grande, Clara Luz, 16 anos, usou a tribuna livre da Câmara de Cuiabá nesta quinta-feira (22.12), para defender a unidade escolar e manifestar contra a militarização proposta pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT).
“Eu quero mostrar a minha indignação e dos meus colegas sobre o porquê tornar nossa escola militar, apresentam o processo falando que ficará melhor, com mais disciplina, como se tivéssemos índice de vandalismo ou índice de violência. Isso é coisa que não temos na Adalgisa”, reclamou a estudante.
Indicando que a escola possui um dos melhores Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a estudante desafiou que seja construída uma escola nesse modelo e após o processo apresentem os resultados.
“Não somos contra a escola militar, mas porque a nossa escola ? Nossa escola já apresenta um dos melhores índices do Ideb, maior em Várzea Grande, se eles querem pegar uma escola com índice bom, me passa pela cabeça que eles não têm um mínimo de capacidade, para poder construir uma escola do zero e construir a Educação dela do zero também”, declarou.
Segundo a representante de alunos, a escola conta com professores qualificados com mestrado, doutorado e são concursados. Na oportunidade, ela reclamou também de ter seu direito ao voto recusado durante a primeira audiência, que resolveria o futuro da escola, adiado em razão de tumulto.
“Nossa escola tem disciplina, tem Democracia, nossa escola tem ótimos profissionais e ótimos alunos também. Esse processo de militarização iria acabar com o Projeto de Imigrantes, temos uma sala com 35 alunos imigrantes, iria acabar com o EJA (ensino de adultos) e iria acabar com o ensino noturno. E cadê a mobilidade para aqueles alunos que precisam trabalhar durante o dia e ainda sim querem continuar estudando”, questionou a estudante.
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Entretanto, o vereador e deputado eleito, Diego Guimarães (Republicanos) criticou o espaço ser usado para uma demanda de Várzea Grande. Ele sugeriu a vereadora Edna Sampaio (PT), responsável pelo convite à estudante, para repassar a reclamação da Adalgisa de Barros para a Assembleia Legislativa ou para a Câmara Municipal de Várzea Grande.
“Confesso que fiquei sem entender a razão da Tribuna Livre com relação a pauta, que talvez poderia ser tratada na Câmara de Várzea Grande, respeitando sempre a voz que possa ser aberta aqui para qualquer pessoa desde que seja uma pauta tocante ao município de Cuiabá. (...) Ela poderia levar esse pleito ao Ludio, ao Barranco”, disse o vereador, argumentando que o Ideb das escolas militares é acima da média estadual.
Já Edna respondeu que não se trata de um fenômeno de Várzea Grande, apontando que em Cuiabá também aconteceu o processo, porém com menos reação. “Não é porque é um equipamento do Estado ou do município que os vereadores e vereadoras não possam intervir.”
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