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Política Domingo, 30 de Dezembro de 2012, 17:40 - A | A

Domingo, 30 de Dezembro de 2012, 17h:40 - A | A

Cartão corporativo

Em 10 anos, gastos com cartões corporativos chegam a quase meio bilhão

Entre os ministérios e secretarias, o campeão de gastos nestes 10 anos foi a Presidência da República, que acumulou R$ 135,6 milhões em compras

Redação VG Notícias com Portal Terra

 

Nos últimos 10 anos, o governo federal gastou quase meio bilhão de reais com compras feitas por meio de cartões corporativos. Foram R$ 462.560.739,31 despendidos de 2002 a 2012. O ápice ocorreu no último ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, 2010, quando R$ 80 milhões foram gastos, valor 42,32% maior que o despendido em 2012. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência, do governo federal. O levantamento feito pelo Portal Terra.

Entre os ministérios e secretarias, o campeão de gastos nestes 10 anos foi a Presidência da República, que acumulou R$ 135,6 milhões em compras. Em segundo lugar aparece o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que somou R$ 80,4 milhões, seguido pelo Ministério da Justiça, com pouco mais de R$ 60 milhões, Ministério da Educação, com R$ 36,4 milhões e Ministério do Desenvolvimento Agrário, com R$ 27 milhões.

Esse sistema de pagamento, criado ainda no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, ganhou as manchetes na gestão petista, em 2008, quando veio à tona um escândalo de uso de indevido dos cartões. O caso provocou a queda da então ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.

O cartão deve ser usado para compras de materiais, prestação de serviços, para o pagamento de despesas de hospedagem de ministros e como funciona como cartão de crédito normal, podia ser usado até para saques em dinheiro. Essa forma de pagamento foi utilizada para compras em free shops e para a hospedagem de familiares de ministros durante compromissos oficiais.

No ano em que o escândalo veio à tona foram gastos R$ 55,2 milhões com os cartões, valor menor que os R$ 76,2 milhões despendidos em 2007. No entanto, a repercussão midiática não freou o uso dos cartões. Em 2009 o gasto aumentou 16,81%, e continuou crescendo até o último ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando os pagamentos chegaram a mais de R$ 80 milhões, o maior desde 2002.

O freio mesmo só veio no governo de Dilma Rousseff. No primeiro ano de sua gestão ocorreu uma redução de 26,6% nos gastos com cartões (de R$ 80 milhões para R$ 58,7 milhões).

Os gastos de 2012, segundo o Portal da Transparência do Governo Federal, somaram R$ 46,1 milhões, redução de 21,37% em relação ao ano anterior, e 42,3% menos que o gasto no último ano da gestão Lula.

Atualmente, segundo o Portal da Transparência, 20,8 mil servidores são portadores dos cartões. Em 2008, o governo publicou um decreto que alterou as regras para o uso de cartões, com o intuito de impedir sua utilização para gastos pessoais, restringindo os saques em dinheiro e o pagamento de passagens aéreas e diárias. Neste mesmo ano, a Controladoria Geral da União lançou um manual orientando os servidores sobre como usar esta forma de pagamento.

 

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