A única parlamentar da bancada mato-grossense a votar contra a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022, a deputada Profª Rosa Neide (PT-MT), disse em entrevista coletiva na tarde de ontem (16.07), que queria deixar claro, que não é contra o financiamento público de campanha, mas sim contra o aumento de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões.
Em sua justificativa, Rosa Neide explicou, que o financiamento público é o que dá a possibilidade de uma candidata, assim como ela, sair candidata, mas em um momento de crise em que o país está passando, um momento sofrido para os brasileiros, é desnecessário triplicar o fundo eleitoral.
“O Governo, no ano passado, deixou R$ 30 bilhões da LDO, que podia ficar a mercê dos deputados e senadores ali para dividir recursos, enquanto isso nós estamos aí, com uma BR (BR-163 Mato Grosso) que mata pessoas o todo tempo todo e não tem um centavo para fazer nada, aí nós temos outras BRs no Estado que este Governo não fez um metro de asfalto”, declarou ela.
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Ao citar Mato Grosso, a deputada enfatizou que o Estado não tem obras de pavimentação asfáltica desde da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, segundo ela, o Estado não tem um metro ou um quilômetro de asfalto feito pelo ex-presidente Michel Temer ou pelo atual gestor Jair Bolsonaro (sem partido).
“Aí, este ano foi mais grave, ele [Bolsonaro] deixou ilimitado. Antes era R$ 30 bilhões e agora é ilimitado. Então, se um deputado quiser acertar com o Governo para construir uma escola, ele tira de onde estiver, ele remaneja da saúde para educação”, pontuou.
A petista ainda ressaltou, que mesmo sendo oposição, defende o Governo Federal, pois ele [Governo] acaba ficando sem recursos para nada. Rosa Neide acusou a Câmara e o Senado de comandarem a verba federal. “Não é o presidente da República, os ministros que comandam essa verba, é a Câmara e o Senado. Isso não é papel do parlamento, eu estou lá para fazer as leis para fiscalizar investimentos, eu não estou lá para ficar direcionando”.
Sem citar nomes, a deputada lembrou o caso de um deputado de Roraima, que indicou oito tratores de grande porte para uma cidade de Goiás, que, segundo ela, é uma cidade que não comporta esses tratores, “vai fazer estrada em uma cidade pequenininha”.
A parlamentar concluiu que as ‘pessoas’ fazem o que querem, pegam o orçamento e picam. “Se não tiver dinheiro não faz uma BR, um hospital, Universidade, e isso é papel dos Ministérios, então esse é ponto gravíssimo, aí o fundo eleitoral fica sendo o ‘tom’ maior, mas o ilimitado que é muito maior de R$ 30 bilhões para o ano que vem no ano eleitoral, vocês imaginam se vão ter dinheiro para fazer um metro de asfalto, uma escola, hospital, casa popular, aqui parou tudo, cadê o Minha Casa Minha Vida ou essa Casa Verde e Amarelo que ninguém viu ainda, cadê a energia nos campos, nas aldeias é por isso, não é porque eu sou oposição, votei contra, porque o Governo esfarelou o orçamento. Essa LDO é a maior vergonha que o Estado brasileiro já votou”, finalizou.
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