O advogado Júlio Cesar Domingues Rodrigues, delator da segunda fase da Operação Ventríloquo, que apura desvios de recursos na ordem de R$ 9,4 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT), pediu a revogação de todas as medidas cautelares impostas a ele.
Dentre as medidas que o delator quer acabar, consta a proibição de manter contato com quaisquer dos corréus e com quaisquer das testemunhas arroladas no processo e a proibição de acesso e comparecimento à Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Além disso, ele foi proibido de ausentar-se do país sem autorização do Juízo e de deslocar para outros Estados, exceto Mato Grosso e São Paulo, sem comunicação expressa ao Juízo e foi determinado o seu recolhimento domiciliar no período noturno, quando não estiver exercendo as atividades profissionais.
Em despacho proferido no último dia 13 de março, a juíza da Sétima Vara Criminal, Ana Cristina Silva Mendes, solicitou a manifestação do Ministério Público do Estado, autor da denúncia, para então deliberar se retira ou não as medidas cautelares impostas ao advogado.
“DÊ-SE vista ao Ministério Público para se manifestar acerca do pedido de revogação das medidas cautelares impostas ao acusado JULIO CESAR DOMINGUES RODRIGUES. Após, retornem os autos conclusos para deliberação” cita trecho da decisão.
Entenda - Júlio César Rodrigues é réu confesso do suposto esquema que teria desviado R$ 9,4 milhões da AL/MT em 2014, por meio de pagamentos indevidos e superfaturados ao então advogado do HSBC e também delator da Operação Ventríloquo, Joaquim Fabio Mielli Camargo.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, entre 2013 e 2014, Romoaldo Júnior e Mauro Savi, em parceria com o ex-deputado José Riva e os demais acusados, - Francisvaldo Mendes Pacheco, Júlio Cesar Domingues Rodrigues, Anderson Flavio de Godoi, Luiz Marcio Bastos Pommot e Joaquim Fábio Mielli Camargo - teriam constituído organização criminosa para desviar recursos do Legislativo Estadual.
Conforme o MP, no período compreendido entre fevereiro e abril de 2014, R$ 9.480.547,69 teriam sido desviados da Assembleia Legislativa por meio do suposto esquema.
Ainda segundo o Ministério Público, os acusados teriam ocultado e dissimulado a natureza e a origem dos valores, contando com o auxílio de empresários e assessores parlamentares José Antônio Lopes, Ana Paula Ferrari Aguiar, Claudinei Teixeira Diniz, Marcelo Henrique Cini, Cleber Antônio Cini, Valdir Daroit, Leila Clementina Sinigaglia Daroit, Odenil Rodrigues de Almeida e Edilson Guermandi de Queiroz, todos denunciados na ação.
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