Dois meses depois de o Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Colniza, ter oficiado o governo de Mato Grosso sobre risco de conflito armado por disputas de terras na região, fazenda é invadida. Nesta segunda-feira (29.10) um grupo de aproximadamente 200 pessoas ocupou a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), que possui 46 mil alqueires. A fazenda pertence ao ex-governador Silval Barbosa e o ex-presidente da Assembleia Legislativa José Riva.
Barbosa comprou a fazenda como sócio do ex-deputado José Riva com dinheiro de propina da JBS e Marfrig. Isso é o que consta em um dos seus depoimentos junto ao Ministério Público Federal (MPF) anexados ao termo de colaboração premiada firmado junto ao órgão e homologado pelo ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
O clima no local é de tensão, já que 30 seguranças privados estão se deslocando para a fazenda. Diante da situação, o MP comunicou novamente as autoridades competentes reiterando providências, já que há possibilidade de um confronto entre posseiros e seguranças.
“Não há dúvida de que a ausência de intervenção imediata do Estado pode ocasionar a morte de dezenas de pessoas”, afirmou o promotor de Justiça de Colniza em ofício encaminhado ao governador do Estado, com cópia integral da Notícia de Fato, solicitando adoção de providências para impedir o conflito armado.
De acordo com o MPE, a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali) vem sofrendo invasões desde o ano 2000 e que, após a reintegração de posse ocorrida em 2017, as ameaças se intensificaram até culminar com a invasão do grupo que tomou as terras à força.
“Embora oficiado ao governador do Estado, ao secretário de Segurança Pública, ao delegado de Polícia e ao comandante da Polícia Militar local, há informação de que na presente data (29/10/2018) houve a efetivação da invasão na propriedade rural por aproximadamente 200 pessoas, estando algumas delas na posse de arma de fogo”, ressalta o promotor de Justiça.
Segundo relato do gerente da fazenda não houve até o momento confronto armado, eis que a segurança privada recuou para evitar o conflito, diante da sua inferioridade numérica. Mas, a informação é que nas próximas horas a segurança da fazenda será reforçada com a chegada de mais de 30 homens.
A preocupação do MPE é que ocorra novamente uma tragédia na região, assim como a registrada em abril de 2017, quando 9 trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados no Distrito de Taquaruçu do Norte. (com informações da assessoria)
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).