Os catadores do antigo Lixão de Cuiabá cobram na Câmara de Cuiabá que a Empresa Cuiabana de Limpeza Urbana – Limpurb faça o pagamento em dia da Renda Solidária III. O valor do benefício corresponde a um salário mínimo.
Segundo a catadora Valquíria Arruda da Silva, o município pagou três meses até o quinta dia útil do mês, mas posteriormente vem realizando o pagamento com atraso. Porém, a Prefeitura de Cuiabá, por meio da Limpurb, esclarece em nota disponível no fnal da matéria, que os pagamentos do programa Renda Solidária III estão sendo realizados regularmente dentro do mês.
“Eles prometeram para nós um salário mínimo, para as pessoas que saíram do lixão, antigo aterro. Até três meses eles pagaram certinho, que era o dia 5, depois passaram para o dia 10, depois para dia 15 e do dia 15, hoje, acho crédito que souberam que estávamos aqui, começaram a pagar. Hoje já é dia 21. E quem tem conta a pagar é do dia 5. Hoje é 21 e está quase atravessando outro mês”, reclamou Valquíria Arruda da Silva.
Inconformada com a espera, Valquíria Arruda, que trabalha de forma autônoma para sobreviver desde o fechamento do antigo Lixão, destacou a importância da renda para a família. “A gente faz bico, meu esposo faz, porque eu não posso trabalhar mais, eu dependo desse dinheiro. Tá difícil né.”
A catadora Joice da Silva também relatou sua dificuldade e afirmou que se sente humilhada diante da situação.
“Todo mês é essa humilhação, essa burocracia, a gente fica sem resposta. A gente se sente humilhada né! Indignada, abandonada, a gente se sente mal, todo mês passando por esse tipo de coisa. Muito difícil, ainda mais para nós que temos filhos pequenos. Todo mês é isso, o primeiro pagamento era dia 5, pagaram certo. Os outros meses só vem enrolando e a gente fica em uma situação difícil.”
Vereadora diz que catadores não querem mudar de profissão
A vereadora Maysa Leão (Republicanos) destacou que quanto foi feito um acordo da capacitação e criação da cooperativa é porque os profissionais catadores não querem exercer outra profissão, mas sim continuar desempenhando a função de agentes ambientais.
“Com todo respeito às outras profissões, eles não querem virar manicure ou cabeleira. Eles são agentes ambientais, é o que eles sabem fazer e bem feito. A gente queria que o Renda Solidária deles fossem cumpridos porque agora eles já estavam na inserção da cooperativa para que em abril pudesse cessar esse pagamento e eles pudessem ganhar o dinheiro do trabalho deles”, criticou Maysa.
Maysa demonstrou preocupação quanto a continuidade do pagamento pelo próximo prefeito, considerando que não sabe se tem recursos para o pagamento. Em 2023, 280 famílias que perderam sua fonte de renda após o fechamento do Lixão começaram a receber uma indenização no valor de um salário mínimo, previsto para ser pago por 24 meses pela Prefeitura de Cuiabá.
“O que vai acontecer, o próximo prefeito vai ter que revisar a previsão orçamentária, vai ter que alocar esse pagamento, porque a gente nem sabe se tem verba orçamentária para isso. Eles não podem ser abandonados”, manifestou.
Outro lado
Em nota, a Prefeitura de Cuiabá, por meio da Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos (Limpurb), esclarece que os pagamentos do programa Renda Solidária III – Cuidando da Gente estão sendo realizados regularmente dentro do mês, sem quaisquer atrasos desde a implantação do benefício.
"O programa é regulamentado pela Lei nº 6.912/2023, de autoria do Poder Executivo e aprovada pela Câmara Municipal, e foi criado em razão da desativação definitiva do antigo aterro sanitário em março de 2023, que impactou significativamente a renda dos catadores de materiais recicláveis", informou o município.
Ainda conforme a nota, a permanência dos profissionais no programa está vinculada ao cumprimento de requisitos específicos, como: estar cadastrado em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); manter o Cadastro Único (CadÚnico) atualizado, uma exigência fundamental para participação em programas do Governo Federal.
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