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Política Segunda-feira, 27 de Agosto de 2018, 13:54 - A | A

Segunda-feira, 27 de Agosto de 2018, 13h:54 - A | A

GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Cabo afirma que ameaça a Selma foi combinada para grampear Silval e empresário

Lucione Nazareth/ VG Notícias

VG Notícias

cabo Gerson

cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior

O cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior, presta neste momento novo depoimento sobre o esquema de interceptações telefônicas clandestinas, no âmbito do Governo do Estado. Ele é apontando como principal operador dos grampos ilegais.

Gerson é réu no processo criminal com outros quatro militares, acusados de participarem de uma central de escutas telefônicas clandestinas, que ficou conhecida como “grampolândia pantaneira”, e que teria grampeado ilegalmente políticos, desembargador, funcionários públicos, jornalistas e advogados.

O juiz da 11ª Vara da Justiça Militar, Murilo de Moura Mesquita, responsável pelo caso, marcou o novo depoimento a pedido do advogado de Gerson, Neymam Augusto Monteiro. No pedido, a defesa alegou que o militar teria mais detalhes para revelar sobre o esquema de grampos ilegais, os quais ele não teria revelado no depoimento prestado na madrugada do dia 28 de julho

No depoimento prestado, o cabo disse que o governador Pedro Taques (PSDB) e seu primo, o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, são os responsáveis pelas escutas ilegais, e que inclusive teria recebido das mãos de Paulo a quantia de R$ 50 mil para operar os grampos.

Atualiza às 14h13 - Ao iniciar o depoimento, Gerson cita que tem muitos detalhes sobre o esquema de grampos a revelar, e narra que o projeto de implementação de interceptação na Polícia Militar não é novo. O militar revela que em fevereiro de 2012, escreveu um projeto de interceptação a pedido do coronel Zaqueu Barbosa.

O militar conta, que nas investigações da Operação Ouro de Tolo, que teve como um dos “alvos” a ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado de Trabalho e Assistência Social, Roseli Barbosa, ocorreu a “barriga de aluguel”, citando que cinco números de telefones de familiares de Roseli foram inseridos no processo como se fossem dela. “A prisão da Roseli Barbosa se deu por essa atividade ilícita”, afirmou o cabo.

Atualizada às 14h32 - Em relação a escuta ilegal do ex-governador, Gerson revelou que os promotores de Justiça, Samuel Frungilo e Marco Aurélio Castro tinham ciência, e que por isso sabiam que Roseli Barbosa estava em São Paulo e não em Cuiabá - quando foi deflagrada a operação que resultou na prisão da ex-primeira-dama.

O militar revelou ainda, que na Operação Metástase também ocorreu uma escuta ilegal, mas que isso foi em decorrência de um equívoco dele, na época em que atuava na PM e no Gaeco. Na época, Gerson falou do equívoco ao promotor de Justiça, Marco Aurélio, e que o grampo foi encerrado dias depois.

Nas operações Seven e Imperador, o militar disse que houve a utilização de decisões judiciais diversas para dar início às investigações, mas negou a existência de “barriga de aluguel” nas operações.

Atualizada às 14h48 - Ele contou que em 2015, a juíza aposentada Selma Arruda foi à coordenação do Gaeco denunciar que estava recebendo ameaças de morte. Na ocasião, Gerson teria sido designado pelo promotor Marco Aurélio para ouvir a magistrada para que posteriormente iniciasse o trabalho de investigação.

Segundo ele, Selma contou naquela ocasião, que o ex-deputado José Riva sabia de detalhes da vida e rotina pessoal dela. Diante da denúncia, Marco Aurélio teria determinado a abertura de um procedimento no Gaeco para apurar o caso, mas insinuado que todo o procedimento teria partido de uma denúncia anônima. Além disso, ele teria solicitado que fosse incluído os números do empresário Filadelfo dos Reis Dias, Silval e do seu irmão Antônio da Cunha Barbosa, mesmo eles não tendo relação com as ameaças.

O militar explicou que as interceptações tinham intenção de monitorar Filadelfo porque ele era apontando como “novo Arcanjo de Mato Grosso”, além de Silval e sua família.

Gerson revelou também, que no período que esteve preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) recebeu a promessa de ajuda financeira por parte do ex-secretário Chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e voltou a afirmar que ele é responsável pelo esquema.

Atualizada às 15h18 - Gerson disse que Paulo Taques o procurou quando eles tiveram presos, juntos na mesma Ala no Centro de Custódia, e depois teria feito um segundo contato oferecendo um advogado para defendê-lo (Gerson) – na época ele não tinha advogado.

Apesar de ter oferecido a ajuda, o militar afirmou que não aceitou nenhuma ajuda do ex-gestor.

Sobre o governador Pedro Taques, ele disse que nunca teve contato pessoal com o tucano relativo aos grampos.

Atualizada às 16h20 - O cabo Gerson diz que recebeu R$ 50 mil de Paulo Taques para financiar a central de escutas, e que a quantia foi depositada na conta do militar e nas dos fornecedores de serviços, entre eles o empresário Marilson da Silva.

Ele conta que na época que o esquema veio à tona, o promotor Marco Aurélio mandou realizar auditorias no Gaeco, mas que naquele momento designou Gerson para outro setor ficando ele isento de ser “alvo” das auditorias.

Atualizada às 17h15 - O militar nega ter falsificado qualquer documento, e que nunca houve conversa interceptada da deputada Janaina Riva (MDB), apesar dele ter sido grampeada ilegalmente.

Ele disse que partiu de dentro do Gaeco o vazamento de áudios sigilosos da Operação Ouro de Tolo, em relação a conversa entre Silval e o desembargador do Tribunal de Justiça, Marcos Machado.

Outro Lado – Em nota enviada à imprensa, Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), negou as acusações do cabo Gerson Corrêa e afirmou que não se utiliza de “barriga de aluguel” na obtenção de prova no âmbito de suas investigações. Veja a nota na íntegra:

POSICIONAMENTO GAECO

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) esclarece que, pelo teor das matérias divulgadas na imprensa, os fatos apontados pelo cabo Gérson Corrêa não configuram “barriga de aluguel”. A utilização de dados cadastrais obtidos em investigações não é vedada e não pode ser confundida com “barriga de aluguel”.

Reafirma que o GAECO não se utiliza de qualquer prática ilícita na obtenção da prova.

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