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Antônio Joaquim critica procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e diz que ele foi “criminosamente parcial” e não mandar fazer buscas contra o governador Pedro Taques
O presidente afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim classificou como mentirosa a declaração do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), referentes a venda de sua fazenda e criticou a atuação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Segundo ele, o procurador foi parcial, pois não tomou a mesma atitude de pedir afastamento do governador Pedro Taques (PSDB) também citado em delação.
“O que me deixa indignado é a violência jurídica que eu estou sendo submetido, veja que as referências do delator, são suposições, apesar de afirmar, não tem nada que prove concretamente, não há nos autos nada que possa justificar meu afastamento”, reclamou Antônio Joaquim durante entrevista à Rádio Capital FM, desta segunda-feira (18.09).
Antônio Joaquim disse que Janot foi “criminosamente parcial” e terá que explicar à sociedade sua atitude. “Eu sempre tive no Janot, uma figura admirável, principalmente na questão do enfrentamento da “Lava Jato”, mas no que se refere a delação, essa de Mato Grosso, o Janot foi criminosamente parcial, seletivo, não tomou as atitudes que tomou em relação aos conselheiros, em relação a seu amigo, ao seu colega ex-procurador da República, governador Pedro Taques”, criticou.
Conforme o conselheiro afastado, as citações de Silval em relação ao governador Pedro Taques, são mais graves que as direcionadas a ele. Para o Antônio Joaquim, caberia ao governador, pelo menos um inquérito ou busca apreensão. “O Dr Silval Barbosa, ele cita o Pedro Taques, ele fala que inclusive se reuniu com Pedro quatro vezes, ele fala que deu dinheiro para a campanha do governador, ele fala que negociou uma proteção do futuro governador, ele fala que o Taques pediu que ele não desse dinheiro mais ao candidato do governador, que era o candidato Lúdio. Gente, olha a atitude de parcialidade, de prevaricação, ele não pediu nada contra Pedro Taques, ele não pediu busca e apreensão, não pediu abertura de inquérito”, reclamou.
Antônio Joaquim disse que seus advogados irão ingressar nesta segunda-feira (18.09) pedindo retorno ao Tribunal de Contas. “Nesta segunda o meu advogado está entrando com agravo regimental, pedindo o meu retorno ao Tribunal, ressaltou.
Na delação, o ex-governador cita que o conselheiro supostamente teria negociado uma fazenda com dinheiro de origem de propina. Na qual o empresário da empresa Trimec teria comprado a fazenda do conselheiro por R$ 10 milhões. Contudo, segundo o delator, o contrato foi de R$ 4 milhões. Valor apontado como mentirosa por Joaquim, segundo ele, a venda foi por R$6,7 milhões e que não teria como saber a origem do pagamento.
“Quando vendi a fazenda e a escritura pública, houve um contrato eu coloquei no meu imposto de renda, não há nenhuma lei que me impediria de vender, até mesmo para o próprio Silval Barbosa se fosse o caso. Então se o dinheiro pago por ele, é proveniente de propina, cabe a eles pagarem por essa licitude, não a mim, eu não sou da Polícia Federal, não sou da Receita Federal, então quando o dinheiro da Trimec chega na minha conta eu não tenho que fazer nenhuma investigação de onde vem o dinheiro”, justificou.
Para finalizar, o presidente afastado voltou a pedir que as pessoas não confundam erros cometidos pelos membros do Tribunal, com a instituição. “O Tribunal de Contas não se refere as pessoas que compõem. A instituição é centenária, democrática e republicana. Se eventualmente um membro errou, ele vai pagar a conta, se o erro for coletivo ou individual não é a instituição que cometeu erro. Ela não pode ser cobrara nada, tanto que a instituição está funcionando, agora o membro que supostamente tenha errado vai responder. Cabem a eles suas defesas”, concluiu.
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