O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri decidiu absolver a ré Nedite Nunes Siqueira, acusada de assassinar seu marido, Mário Videira, no dia 14 de setembro de 2013, no Sítio Nova Esperança, no município de Cotriguaçu, a 950 km de Cuiabá. Na época, Mário foi assassinado com golpes de foice.
A mulher matou o marido após flagrá-lo abusando de sua filha deficiente. Dois anos antes, em 2011, Mário havia sido condenado por abusar de outra filha, mas, com o apoio do pastor da igreja Assembleia de Deus que a família frequentava, pediu perdão e foi perdoado pela esposa, até que ela descobriu os novos crimes.
O advogado Dener Felizerdo, responsável pela defesa da mulher, explicou ao que a decisão judicial põe fim ao sofrimento de Nedite, que ficou presa por 37 dias, mas respondia ao processo criminal em liberdade desde então.
Perdão na Igreja e reincidência
O casal tinha seis filhas e morava inicialmente no distrito de Bela Vista. Em 2011, Mário foi denunciado e recebeu uma sentença condenatória por abusar de uma de suas filhas.
Após cometer o crime, ele foi em frente à igreja, durante um dia de culto, e pediu perdão à esposa, afirmando que não faria mais nada do tipo. Dois anos depois, em 2013, Nedite flagrou o marido abusando novamente de uma de suas filhas, desta vez, uma jovem com deficiência, e o matou com golpes de foice.
No dia 14 de setembro, um conhecido da família foi à casa do casal para convidá-los a participar de um culto na igreja Assembleia de Deus na Vila Nova Esperança, da qual eram membros. O casal decidiu não ir à igreja e, no momento em que o veículo saía, Nedite desferiu um golpe de foice na cabeça de seu marido, que caiu ferido ao solo.
O jovem que conduzia o veículo viu o crime ocorrer e contou o que havia visto ao pastor da igreja, que acionou a Polícia Civil.
Nedite foi presa logo em seguida. Ela contou aos policiais que, além de abusar das filhas do casal, Mário também havia roubado madeira do sítio que pertencia aos dois. A mulher permaneceu na cadeia por 37 dias.
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