O líder dos caminhoneiros de Mato Grosso, Lucas Rotilli Durlo, teria recebido mensagens de incentivo para um golpe de Estado que partiram do general do Exército Mario Fernandes, de acordo com informações da Polícia Federal no âmbito da Operação Contragolpe.
Em conversas interceptadas pela Polícia Federal, Lucas, conhecido como "Lucão", cobrou do general respostas para uma intervenção militar no Governo Federal. Em 28 de novembro de 2022, Lucas enviou uma mensagem em que o general aparece batendo continência para uma manifestante em Brasília.
No dia seguinte, o general enviou áudios ao caminhoneiro orientando como deveria ser a manifestação em Brasília. Fernandes afirma que fez ajustes com o Governo do Distrito Federal e pede para "Lucão" manter o controle do ato.
“Bom dia, LUCÃO! Força meu amigo. Muito bacana. Bacana a tua liderança e, e orientação a todo, todo esse segmento. Eu recebi um retorno aqui que os ajustes junto à Secretária de Segurança do DF já foram feitos. E deve ter um movimento amanhã e domingo, né. É bom! O importante é que ser ordeiro extremamente controlado por todos nós que estamos atentos a esses aspectos pra que a gente mantenha o máximo de controle sobre essas ações, tá? E... e essa pressão ela acaba sendo importante também aqui na Esplanada, né. Como parece que tá sendo planejado, aí. Tá joia? Um grande abraço meu amigo. Força!", afirmou o general.
No dia 8 de dezembro, Lucão envia mensagem ao general relatando decisão do ministro Alexandre de Moraes determinando busca e apreensão contra caminhões que estavam no Quartel General do Exército em Brasília. O manifestante pede ajuda ao general:
“Aí vê pra mim aí o que que o senhor consegue levantar aí se eles têm esse poder de autoridade de poder entrar dentro do QUARTEL GENERAL aqui pra mexer com os caminhões. Tá bom?”, rogou Lucão.
Segundo a Polícia Federal, o general acionou contatos para atender o caminhoneiro. No mesmo dia, ás 22h59, o oficial-militar envia um
áudio para o Tenente-Coronel Mauro Cid, Ajudante de Ordens do Presidente da República. No áudio, Mário Fernandes revela que está atuando junto às Forças” e pede ajuda do então presidente JAIR BOLSONARO para manter os manifestantes no QG, impedindo o cumprimento da ordem do STF no local.
“Se o presidente pudesse dar um input ali pro Ministério da Justiça para Segurar a PF, né. Ou, porra, pra defesa alertar o CMP94: ‘Porra, não deixa’. Pô, os caminhões estão dentro de área militar”, afirmou o militar.
Leia mais: Advogado ofereceu relógio de luxo e R$ 250 mil para desembargador do TJMT