A secretária de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, criticou à Conferência das Partes (COP-30), marcada para novembro, em Belém do Pará. Segundo ela, o maior evento socioambiental do planeta tem se mostrado mais simbólico do que efetivo. “Sinceramente, a COP apenas expõe problemas antigos. Cada país aponta culpados, mas ninguém assume responsabilidades. Não há qualquer expectativa real de mudança”, declarou, em coletiva no Palácio Paiaguás.
Para a secretária, a reunião internacional virou um palco de discursos vazios. “Os países desenvolvidos — os mesmos que historicamente contribuíram com a degradação ambiental — seguem se esquivando do que realmente importa: pagar a conta. É simples. A estimativa de custo para reverter o cenário e investir em uma economia verde já ultrapassa 3 trilhões de dólares. E, até agora, não existe nenhum movimento sério que indique a intenção de arcar com isso.”
Lazzaretti aponta a omissão dos países ricos como o principal entrave para qualquer avanço concreto. “Falta vontade política e compromisso real. Eles não querem — e ponto. Basta uma pesquisa rápida para ver que o discurso sustentável não se traduz em ações concretas nem em recursos financeiros.”
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“Os países desenvolvidos — ou seja, aqueles que deveriam arcar com os custos — simplesmente não estão dispostos a fazê-lo. Essa é a matemática clara. Os investimentos necessários para viabilizar uma economia verde e promover a mudança no uso da terra já ultrapassam os 3 trilhões de dólares. No entanto, não há — e basta uma pesquisa simples para confirmar — qualquer sinalização concreta de aporte financeiro que se aproxime desse valor”, criticou Mauren Lazzaretti.
A secretária ponderou que, apesar do cenário desanimador, é fundamental demonstrar que há iniciativas e compromissos por parte daqueles que buscam conciliar a produção com o desenvolvimento econômico e social de forma sustentável.
Durante a mesma coletiva, o governador Mauro Mendes acrescentou que o governo norte-americano já sinalizou que não participará da COP-30, o que agrava o esvaziamento do evento.
“Mato Grosso ainda precisa definir internamente qual será sua participação. Este ano, a conferência perdeu força, sobretudo pelo desinteresse dos Estados Unidos em relação à pauta ambiental. Isso tem gerado um efeito cascata, inclusive com grandes corporações americanas se afastando do tema. Estamos diante de um novo cenário, que precisa ser analisado com atenção. Vamos dialogar com o setor produtivo e, a partir disso, definir a posição do Estado”, declarou o governador.