O ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, em depoimento ao Ministério Público Estadual (MPE), revelou que o número de servidores da Secretaria de Saúde de Cuiabá – 5,2 mil, era quase o mesmo número de servidores da Secretaria de Estado de Saúde. Conforme ele, 50 a 60% do número total de servidores, eram contratados.
Ele contou em sua delação, que em 2018, período que comandou a pasta, a Secretaria de Saúde fez um diagnóstico da folha de pessoal, constatando o excesso de servidores na Saúde, principalmente no setor administrativo.
De acordo com o ex-gestor, isso impossibilitava que a pasta honrasse todas as obrigações financeiras por conta do “inchaço” da folha de pagamento – salário de servidores e o pagamento mensal do prêmio saúde aos servidores.
Huark ainda disse que se mandasse de 20 a 30 % do pessoal embora, ninguém sentiria a falta. “Sempre bati na tecla do número de pessoal. Não tinha dinheiro na Secretaria. Ela não conseguia cobrir os custos com o dinheiro do orçamento e que isso poderia inviabilizar. Eu dizia nas reuniões para o prefeito que se a gente mandasse lá de 20% a 30% do pessoal contratado embora ninguém sentiria sentir falta em lugar nenhum. Nem achariam que esse pessoal existiu lá. Era a proposta que a gente tinha”, revelou Huark ao MPE.
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Diante do cenário, Huark contou que tentou reduzir o número de servidores, mas que ouviu de Pinheiro que isso era um “canhão político”. “Então, ficou claro para gente que a questão de pessoal era algo que a gente não iria ter gestão, essa questão ficou muito presa na Secretaria de Governo, juntamente ao gabinete do prefeito”, contou na delação.
Ele ainda acrescentou: “Ele iria utilizar o pessoal no entendimento da Secretaria para manter politicamente a sustentação dele (Emanuel) tanto na Câmara como em outros espaços da parte da política da Prefeitura como um todo”.
Ainda, segundo Huark, no período eleitoral de 2018 houve uma “piora e intensificação” da contratação e demissão de servidores na Secretaria de Saúde, porém, evitou detalhar quais teriam sido os interesses por trás das citadas contratações nas eleições daquele ano.
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