Carlos Moura/TSE
Tivemos que gastar imensa energia debatendo as questões erradas, disse o presidente do TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, ao fazer nesta sexta-feira (17.12) balanço dos trabalhos na Corte Eleitoral, criticou duramente a campanha pela volta do voto impresso nas eleições, e que isso representa um atraso, pois irá voltar ao tempo em que as fraudes eleitorais ocorriam.
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), aliados políticos e simpatizantes promoveram grande campanha para implantação do voto impresso. A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) chegou inclusive apresentar Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que obrigava novo modelo de voto.
O modelo não é propriamente dito o retorno das cédulas de papel, e sim uma forma híbrida, com voto na própria urna eletrônica. A diferença é que após cada voto se confirmado, ele seria impresso para uma segunda verificação do eleitor e então depositado em uma urna física – seria uma forma de auditar os votos. Porém, a proposta foi rejeitada.
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Na sessão de hoje no TSE, o ministro Luís Roberto Barroso disse que a campanha era uma aposta no atraso pela volta ao tempo em que as fraudes eleitorais eram a regra no regime democrático brasileiro.
“Ao longo do ano, tivemos que gastar imensa energia debatendo as questões erradas. Discutimos não retornar ao voto de papel quando precisávamos estar discutindo, em matéria eleitoral, a democratização dos partidos, que não podem ter donos ou comissões provisórias eternizadas”, declarou o magistrado.
Ainda segundo ele, as acusações falsas e infundadas de fraude feitas contra a Justiça Eleitoral no passado, inclusive pelo próprio Bolsonaro, de acordo com o presidente do TSE, parte de um esforço para desacreditar a democracia.
“O saldo positivo de tudo o que passamos é que as instituições resistiram e afastaram o fantasma do retrocesso, da quebra da legalidade constitucional, das aventuras autoritárias que sempre terminam em fracasso”, disse Barroso.
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