O caso do senador Sergio Moro (União-PR) não tem qualquer relação com o da senadora cassada de Mato Grosso, Selma Arruda, esse é o entendimento do desembargador do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Luciano Carrasco Falavinha. O magistrado é relator das ações contra Moro e apresentou voto rejeitando o pedido de cassação do parlamentar.
Selma Arruda foi eleita em 2018 como senadora de Mato Grosso pelo PSL tendo obtido 678 mil votos, usando o apelido de “Moro de saias”. Posteriormente, ela se mudou para o Podemos, sendo condenada à inelegibilidade por oito anos e perdeu o mandato porque a Justiça Eleitoral entendeu que houve abuso de poder econômico na sua pré-campanha.
Em dezembro de 2019, o TSE entendeu que 72% do que Arruda levantou para a sua campanha foi usado na pré-campanha com empresas de pesquisa e de marketing, o que é proibido pela legislação.
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O caso dela foi constantemente evocado pelo PL e pela federação formada por PT, PC do B e PV, autores das ações que pede cassação de Sergio Moro, durante o julgamento do processo.
Porém, ao apresentar seu voto nessa segunda (1º), o desembargador Luciano Carrasco, afirmou que os casos não tem qualquer relação. Segundo ele, no caso de Selma houve doação pessoal de campanha, assim como ausência de informações relativas aos gastos, fatos esses que não teria ocorrido, conforme o magistrado, no caso de Moro.
“No julgado de Selma Arruda houve identificação de campanha eleitoral clara ao Senado, com produção de amplo material específico de campanha, jingle, peças de marketing etc. Como se pode ver esse caso não guarda absolutamente nenhuma relação com que se acusa os investigados. Valendo-se notar circunstância relevante que toda a campanha de Selma desde o início era direcionado ao Senado por Mato Grosso, não existindo pretensão a Presidência da República”, disse o magistrado, em referência o fato de Sergio Moro ter feito pré-campanha a Presidência da República em 2022.
Ao final, ele ainda acrescentou: “Parece-me claro, que o caso Selma Arruda não tem qualquer relação com este caso. Apesar da forte narrativa criada, a relação das causas não está nada clara, ao revés, não tem correlação alguma”.
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