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VGN AGRO Terça-feira, 15 de Outubro de 2024, 16:51 - A | A

Terça-feira, 15 de Outubro de 2024, 16h:51 - A | A

Agronegócio

Queda nas exportações de soja em MT impacta economia e gera preocupação entre produtores

Setembro registra o menor volume de exportações dos últimos sete anos e especialistas apontam possíveis impactos no bolso dos consumidores e na economia local

Redação/VGN

Mato Grosso, o maior produtor de soja do Brasil, está enfrentando um cenário preocupante. Em setembro de 2024, as exportações de soja do estado registraram uma queda expressiva de 60,57% em relação ao ano anterior, marcando o menor volume de exportação dos últimos sete anos. Essa redução acentuada preocupa não apenas os produtores rurais, mas também economistas e cidadãos que dependem da força econômica do agronegócio.

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o estado exportou apenas 240,12 mil toneladas de soja no último mês, uma queda significativa que reflete tanto a quebra de safra quanto o aumento da demanda interna pelas indústrias locais. "A redução nas exportações tem múltiplas causas, como o clima desfavorável que prejudicou parte da produção, e a maior procura das indústrias domésticas, que estão expandindo sua capacidade de esmagamento", afirma Iury Amaral, analista do IMEA.

A soja é um dos principais motores da economia de MT, e qualquer desequilíbrio no setor afeta não só as finanças dos produtores, mas também reverbera em outros setores da economia. A queda nas exportações de soja pode significar uma redução nas receitas para o estado, diminuindo a circulação de dinheiro em áreas rurais e urbanas. "Muitos trabalhadores dependem direta ou indiretamente desse setor, desde motoristas de caminhão até funcionários de armazéns e cooperativas agrícolas", aponta o economista José Filho.

Além disso, especialistas alertam que a menor oferta de soja no mercado internacional pode pressionar o preço de alimentos derivados, como óleo de soja e ração animal, o que pode impactar diretamente o bolso dos consumidores. "Se a demanda interna continua a crescer, mas a produção enfrenta dificuldades, isso pode resultar em um aumento de preços para o consumidor final, o que afeta diretamente o custo de vida", explica a economista Bárbara Simioni.

Nas fazendas, o clima é de preocupação. Jorge Lima, produtor de soja na região de Sorriso, explica que as dificuldades não são apenas no campo, mas também na logística. "A quebra de safra foi um golpe duro, mas a questão do frete também tem dificultado. Com o aumento da demanda interna, temos visto um encarecimento no transporte, o que afeta a nossa margem de lucro", afirma Lima.

A situação preocupa não só grandes produtores, mas também pequenos agricultores, que muitas vezes têm menos fôlego financeiro para lidar com esses desafios. "O mercado internacional paga bem, e com essa queda nas exportações, estamos perdendo uma importante fonte de renda", explica Roberta Mendes, que administra uma pequena propriedade em Nova Mutum.

Apesar do cenário atual, o IMEA projeta uma recuperação gradual. A expectativa é que, até o final de 2024, o estado de Mato Grosso processe cerca de 12,39 milhões de toneladas de soja, o que representaria um crescimento de 5,37% em relação ao ano passado. "Há uma perspectiva positiva para a produção, principalmente com a melhoria no clima e a expectativa de manutenção da demanda aquecida por parte da indústria local", avalia Iury Amaral.

No entanto, o sucesso dessa recuperação depende de diversos fatores, incluindo as condições climáticas e o mercado global. Enquanto isso, os produtores e trabalhadores do setor agropecuário seguem monitorando a situação de perto, aguardando por um alívio nas tensões que têm marcado o ano.

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