Mato Grosso registrou, em novembro de 2024, a menor média de escalas de abate desde julho de 2021. A redução, impulsionada por uma alta demanda interna e externa pela carne bovina, trouxe impactos diretos ao mercado pecuário estadual.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), até o dia 14 de novembro, a média das escalas de abate ficou em 7,14 dias úteis, representando uma queda mensal de 16,36%. Quando comparado ao mesmo período de 2023, o recuo foi ainda mais expressivo, chegando a 15,44%.
O fenômeno está diretamente relacionado ao aumento da procura por proteína bovina, tanto no mercado interno quanto externo. Em outubro, Mato Grosso exportou 79,83 mil toneladas de carne bovina equivalente carcaça, um avanço de 40,37% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Este volume reflete a crescente demanda internacional, com destaque para mercados que valorizam a qualidade da carne brasileira.
Para o pecuarista mato-grossense, o encurtamento das escalas pode ser um indicativo de valorização. A carcaça casada do boi gordo registrou aumento semanal de 0,66%, alcançando a média de R$ 22,72 por quilo. Já o boi magro (12@) apresentou valorização de 0,87% no período, sendo negociado a R$ 348,03/@.
Além disso, o relatório do IMEA destacou a alta significativa na intenção de confinamento de bovinos no estado. Em 2024, espera-se um aumento de 60,67% no número de animais confinados em comparação a 2023, alcançando o recorde de 892,48 mil cabeças. A redução nos custos diários por cabeça, que caíram 18,25% em relação ao ano anterior, contribuiu para a recuperação das margens dos produtores.
Para analistas, a continuidade dessa tendência dependerá de fatores como a manutenção da demanda externa e a dinâmica dos preços no mercado interno.
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