O esmagamento de soja em Mato Grosso alcançou 1,03 milhão de toneladas em outubro de 2024, um crescimento de 3,48% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esse volume também foi 18,18% superior à média dos últimos três anos, consolidando o estado como protagonista no processamento da oleaginosa no Brasil. No acumulado do ano, foram processadas 10,48 milhões de toneladas, 6,18% a mais do que no mesmo período de 2023.
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o aumento está relacionado à maior capacidade das indústrias locais e à alta demanda por óleo e farelo de soja, insumos indispensáveis na alimentação animal e na indústria alimentícia global.
Os produtores mato-grossenses também avançaram rapidamente na semeadura da safra 2024/2025, atingindo 98,98% da área estimada até 15 de novembro. O ritmo acelerado reflete a organização logística do estado e a preparação dos agricultores para uma safra que promete ser promissora, mesmo diante dos custos elevados de insumos.
Apesar do bom desempenho interno, Mato Grosso enfrenta desafios no mercado externo. Em outubro, as exportações brasileiras de soja para a China somaram 3,52 milhões de toneladas, uma queda de 28,14% em relação ao mesmo mês de 2023. Essa redução está diretamente ligada à quebra de safra em estados produtores, o que limitou a oferta nacional.
Ainda assim, no acumulado do ano, as exportações brasileiras para o gigante asiático cresceram 3,50%. Para 2025, analistas esperam que a China intensifique as compras da soja brasileira, especialmente diante de potenciais mudanças nas relações comerciais com os Estados Unidos.
Mesmo com volumes recordes, as indústrias esmagadoras de Mato Grosso viram suas margens brutas caírem 14,77% em outubro, fechando em R$ 396,79 por tonelada. Esse declínio foi causado pela valorização do preço da soja em grão, que subiu acima dos valores dos coprodutos, como óleo e farelo.
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