O preço do milho em Mato Grosso registrou uma alta de 1,54% nesta última semana, fechando a uma média de R$ 54,38 por saca, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA). Esse aumento sinaliza um movimento favorável para os produtores do estado, cujas colheitas têm enfrentado oscilações de preços e demanda.
O fortalecimento do preço é atribuído, em parte, ao crescimento das exportações de milho dos Estados Unidos, que têm pressionado a cotação internacional do grão, atualmente fixada em US$ 4,24 por bushel na Bolsa de Chicago (CME). Esse cenário de alta internacional, associado ao interesse dos produtores de Mato Grosso em fixar preços para insumos do próximo ciclo, reforça a estratégia de comercialização do estado.
Mato Grosso é o líder nacional na produção e exportação de milho, e sua importância é inegável: só em outubro de 2024, o estado exportou 4,14 milhões de toneladas de milho. Embora esse número represente uma redução de 4,72% em relação ao mês anterior, o volume acumulado até outubro ainda é o segundo maior desde o início da série histórica em 1997, evidenciando a solidez e resiliência do setor agrícola local.
Além disso, o mercado interno também contribuiu para essa valorização, com o preço do milho no mercado mato-grossense registrando um valor médio de R$ 54,38 por saca. Para a safra de 2023/24, o volume já comercializado no estado chegou a 85,79% até outubro, um aumento de 6,60 pontos percentuais em comparação com o mês anterior. A média de preços negociados atingiu R$ 50,67 por saca, favorecendo os produtores que buscavam assegurar margens de lucro diante das incertezas globais.
As negociações para a safra de 2024/25 também avançaram, com 20,87% da produção já vendida, destacando a importância de travar preços frente aos custos. O preço médio negociado foi de R$ 42,62, representando uma alta de 4,03% em relação ao mês de setembro.
Para o IMEA, a perspectiva é de que o preço do milho se mantenha aquecido nos próximos meses, impulsionado pela demanda internacional e pela necessidade dos produtores em garantir a rentabilidade diante dos custos de insumos. Mesmo com uma leve retração nas exportações brasileiras, Mato Grosso se consolida como um dos principais estados exportadores do país, representando 69,48% do total nacional em 2024.
"Estamos confiantes de que essa valorização reflete a solidez do setor, que tem se mostrado cada vez mais eficiente em manter a competitividade em um mercado globalizado," declarou Vilmondes Tomain, presidente do IMEA. Segundo ele, o estado já se prepara para os desafios do próximo ano, onde o foco estará em garantir que os produtores tenham condições de seguir competitivos.
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