O deputado estadual Wilson Santos (PSDB), que é professor, em entrevista ao nesta sexta-feira (03.09) defendeu o Colégio Notre Dame, em Cuiabá, envolvida em polêmicas ocasionadas pela polarização e disputa política entre apoiadores e contrários ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
O colégio causou indignação por dar suspensão para uma professora que criticou Bolsonaro em sala de aula e, dois dias depois, solicitar um sobrevoo do helicóptero do Ciopaer na unidade educacional sob argumento de suposta manifestação cívica.
"O Colégio Notre Dame não merece passar pelo que vem passando, uma escola tradicional, respeitadíssima que passa conhecimentos, tem um rol de aprovações fantástico e não merece essa exposição negativa que está vivenciando”, avaliou o deputado.
Para Wilson, as declarações da professora "foram além das suas atribuições” ao chamar Bolsonaro e seus apoiadores de corruptos e apontar que o presidente é favorável ao desmatamento e que garimpeiros façam a destruição das terras indígenas.
“Eu não conheço o regimento interno da escola, mas a professora realmente excedeu, faltou bom senso para ela, ainda mais sendo uma professora de história ela teria que ter percebido a fervura do momento que passa o país. Todas as casas do Brasil estão divididas, todas as cidadãs estão divididas, está um clima de radicalização muito grande. Então, faltou essa percepção a professora e a história, ela repassa o passado, comparação com o passado e presente é positivo, é salutar, mas sem fulanizar (citado nomes). Ela exagerou, não percebeu o momento que o país passa, ela foi além das suas atribuições, além de seus limites e acabou arrumando essa confusão inteira para a escola”, declarou.
Ele também apontou que a Direção do Notre Dame também errou ao solicitar o sobrevoo do helicóptero do Ciopaer no colégio.
“A diretora também exagerou, podia pedir que os militares fossem lá fazer palestras, seminários, mas esse tipo de exposição com aeronave não leva a nada. Acabou atraindo para a escola um desgaste desnecessário”, ressaltou.
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Entretanto, ao ser questionado se considera o voo do Ciopaer mau uso de recursos públicos, o deputado afirmou que irá aguardar os esclarecimentos.
“Eu vou solicitar na quinta-feira através de um requerimento informações sobre o caso, vou solicitar informações primeiro antes de dar qualquer assertivo, antes de fazer qualquer condenação. Estou preparando um requerimento ao comando da Sesp para saber de fato o que aconteceu, se isso vai se repetir, se é praxe no Ciopaer esse tipo de exposição. Acho que a escola ficou desgastada, o Ciopaer ficou desgastado, uma ação desnecessária. Na linha militar tem um ditado que diz o seguinte, ordem absurda não se cumpre”, finalizou.
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