A vereadora de Cuiabá, Edna Sampaio (PT), em entrevista ao No Ar, com o jornalista Geraldo Araújo, na manhã dessa segunda-feira (25.03), afirmou que a situação da saúde na Capital será um dos temas mais importantes no debate eleitoral deste ano, visto que nem mesmo a Intervenção Estadual resolveu o caos na saúde do município.
Para a parlamentar, a saúde é uma área que não pode ser tocada com exclusividade pelo município, sendo necessário e imprescindível o papel do Estado. Entretanto, segundo a vereadora, na Capital mato-grossense houve uma cisão, uma ruptura do pacto federativo na relação entre Estado e município e quem pagou com isso foi a população.
“Então, nessa briga de quem assume a saúde, se governador ou interventor, o que foi resolvido em relação à pactuação federativa entre Estado e município para saúde continuar sustentável? Nada. Nada foi feito, por isso continuamos com os problemas velhos de sempre. Não terá solução enquanto não acertar as contas da responsabilidade do Estado e município no atendimento à população”, enfatizou Edna.
Quando questionada se os problemas em Cuiabá estão motivados pelo desentendimento pessoal entre Mauro Mendes (União) e Emanuel Pinheiro (MDB), Edna disse que com certeza essa atitude prejudicou a Capital nesses últimos quatro anos. Para a petista, o que falta é um espírito estadista que supere essas questões, pois segundo ela, independente da causa [desentendimento] que gerou esse ódio, são dois gestores públicos com uma responsabilidade enorme sobre o maior contingente populacional que tem no Estado de Mato Grosso.
A petista mencionou que Cuiabá é referência para o Estado, pois todos que precisam de tratamento vêm para Capital, pelo fato de não ser possível instalar a média e alta complexidade na área da saúde em pequenos municípios.
“Então faltou também da parte do prefeito Emanuel um zelo no tratamento com o governador, para que essas disputas que são econômicas, e até mesmo privadas e particulares não afetassem a relação de uma autoridade municipal que é o chefe do Poder Executivo com uma autoridade estadual que é o do Poder Executivo do Estado. A gente nunca pode abandonar o papel que as instituições nos colocam pelo voto”, ponderou a parlamentar.
Para a vereadora, que essa situação que acontece entre Mauro e Emanuel possa servir de exemplo para os próximos gestores, uma vez, que acredita que não possível que a administração pública possa ser tratada como se fosse patrimônio particular de quem governa.
“Eu não posso brigar com meu vizinho achando que sou dono aqui do cofre público do Estado ou do município. Não se trata de um vizinho que você não gosta. Se trata de uma autoridade tanto o prefeito quanto o governador de uma autoridade pública fundamental e necessária para conduzir ações que a sociedade espera e paga por isso. Todo o dinheiro que está no cofre público, seja do Estado, seja do município, não são recursos do bolso do governador ou do prefeito, são recursos da população”, finalizou Edna Sampaio.
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