Durante a sessão realizada nesta terça-feira (28.01), a vereadora Bianca Almeida (MDB) denunciou, em seu voto, a nomeação de um servidor para um cargo de confiança feita pelo prefeito Dr. Adilson Gonçalves (União). O escolhido foi um servidor do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), B.M.S., acusado de assédio sexual, segundo a vereadora.
Por meio de nota, o servidor citado na manifestação da vereadora afirmou que as informações são falsas e que a vereadora utilizou prints sem comprovação de autenticidade. Veja a nota completa no final da reportagem.
A denúncia da vereadora foi feita quando a nomeação estava em votação para o cargo de diretor institucional da Agência Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (Ager).
Durante sua fala, a vereadora Bianca destacou alguns depoimentos de vítimas que fazem parte do processo judicial contra o servidor. Uma das vítimas relatou que, após os episódios de assédio, desenvolveu quadro depressivo e passou a fazer acompanhamento psicológico e uso de medicamentos.
No relato uma vítima contou, “Eu tinha passado em um concurso que era o sonho da minha vida, minha independência financeira. Assumi o cargo em 2014 e ele era o meu chefe. Eu entrei e comecei a sofrer investidas dele. Muitas coisas graves aconteceram, muitas ameaças. Com medo, não disse nada a ninguém. Era um mundo novo para mim e não sabia como reagir”
Em outro depoimento lido pela vereadora, uma servidora alegou ter sido seguida até sua casa, enquanto outra vítima contou que B. tentou agarrá-la dentro do Indea, por volta de sete anos atrás.
“Mais um, mais um”, disse a vereadora, enquanto mostrava folhas com depoimentos, referindo-se aos diversos processos que ainda tramitam na Justiça contra o servidor nomeado para o cargo de confiança pelo prefeito de Barra do Garças.
“Hoje, mulheres em Barra do Garças estão sendo vilipendiadas e expostas graças a essa nomeação”, declarou Bianca, ao votar contra a nomeação. Após sua fala, a vereadora foi aplaudida por quem acompanhava a sessão. Apesar da manifestação de Bianca Almeida, a nomeação foi aprovada, com dois votos contrários.
Outro lado
A reportagem do 
entrou em contato com o servidor citado no vídeo. Em resposta, ele afirmou que a vereadora selecionou prints sem nenhuma autenticidade e ressaltou que nunca foi denunciado. Segundo o servidor, a exposição do assunto não respeitou o direito ao contraditório.
Sob o vídeo, que a vereadora cita trata-se de um processo civil, referente ao juizado especial civil, ação ajuizada em 2020, que foi anulada pelo TJ/MT, por cerceamento defesa e por não respeitar contraditório, em julgamento realizado em 19.06.2023 pela Turma Civil do TJ/MT. Sob o vídeo, ela utilizou recortes da inicial do pedido, lendo prints aleatórios que foi juntados no processo, sem comprovar sua veracidade, ou seja sem o registro de uma ata notorial que ateste que os mesmos são verdadeiros. Na esfera criminal, eu nunca ao longo de todo este período fui se quer denunciado, não respondo nenhuma ação criminal. Pra afirmar isso, posso enviar uma certidão negativa criminal. Por fim, neste caso específico, que ela relata, não há condenação civil sob o pedido de indenização. Desta forma, demonstra que não sou condenado em nada, nem no civil, e muito menos no criminal, que nunca houve denúncia do MP, simples por não ter encontrado materialidade. Lamento exposição de assunto, uma vez que não está sendo respeito sequer o princípio do contraditório e muito menos da presunção de inocência.
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