O presidente da Comissão da Saúde da Câmara Municipal, vereador Wilson Kero Kero (PMB) denunciou nesta quarta-feira (16.10) a dificuldade na regulação de pacientes de Cuiabá para unidades de alta complexidade na Capital.
Segundo Kero Kero, uma paciente de 44 anos, que sofreu derrame [Acidente Vascular Cerebral -AVC] e é atendida pela Upa do Leblon, segue correndo risco de morte aguardando um neurocirurgião. Ele destacou que a regulação, que permite transferir a paciente para o atendimento especializado, passou a ser uma responsabilidade única do Estado desde a intervenção estadual na saúde de Cuiabá.
“Ela está agonizando há três dias na Upa do Leblon. Precisa de cirurgia, de um neurocirurgião. Ela precisa ser transferida da Upa urgente. Ela aguarda uma UTI para ser atendida por um neurocirurgião. Pasmem, uma liminar se não saiu ontem, sai hoje e nem com liminar o Estado, que é alta complexidade, não consegue salvar essa vida. Queira Deus que essa senhora sobreviva”, manifestou o vereador.
Ele enfatizou que o Estado também pode enviar a paciente para uma unidade particular. E alerta para “omissão de socorro” aos pacientes da Capital.
“No mínimo, era o Estado disponibilizar uma UTI no hospital particular. Faz uma cirurgia de emergência, salva essa vida. Mas não, não acontece absolutamente nada em termos de regulação. Não tem a vaga. As Upas estão sufocadas. Vai se ceifar a vida de uma senhora de 44 anos? Devido a uma vaga de UTI que sabemos que existe no particular. Omissão de socorro!”, criticou o vereador.
Kero Kero alertou que a população de Cuiabá vem sendo penalizada, em razão da regulação ser 100% pelo Estado, tanto para alta complexidade como para atenção primária. Segundo ele, o Estado não segura os pacientes do interior nas unidades regionais.
“Com esse quesito da regulação estadual, estamos perdendo muitas das vagas em Cuiabá para o interior. É direito? É, mas não penalizando a população de Cuiabá. Por que não segura lá no interior? Porque não tem a vaga. Por que o hospital regional não segura no município? Porque não tem sustentação, porque não funciona no interior, senão não estaria 60% aqui. Sufocando literalmente as nossas vagas, da população de Cuiabá”, desabafou.
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