Deputados estaduais reagiram, nesta quarta-feira (16.04), à moção de repúdio aprovada na sessão de terça-feira (15) pela Câmara Municipal de Cuiabá. A medida foi direcionada a 13 parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) que votaram pela derrubada do veto do governador Mauro Mendes (União) ao projeto conhecido como dos “mercadinhos”. Entre os que se manifestaram estão o presidente da Casa, Max Russi (MDB), o vice-presidente Júlio Campos (União), além dos deputados Lúdio Cabral e Valdir Barranco, ambos do PT.
A moção foi proposta por vereadores da base do prefeito Abílio Brunini (PL), em resposta à decisão da Assembleia de rejeitar o veto ao projeto que autoriza a instalação de pequenos comércios — os chamados "mercadinhos" — em unidades prisionais. Os vereadores também criticaram o fato de a votação ter ocorrido de forma secreta.
O vice-presidente da AL, Júlio Campos, justificou o sigilo na votação com base na Constituição Federal: “A Constituição Federal diz que vetos de presidente da República, de governador de estado ou de prefeito devem ser analisados em regime de votação secreta, para evitar pressão, chantagem e perseguição quando a decisão desagrada o titular do Executivo”, explicou.
Já o presidente da Assembleia, Max Russi, classificou a moção como um movimento de cunho eleitoreiro, atribuindo a iniciativa à pré-campanha de vereadores que almejam uma vaga no Legislativo estadual. Ele citou nominalmente o autor do requerimento, vereador Dilemário Alencar (União), como um dos que estariam usando o episódio para se projetar politicamente.
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O deputado Lúdio Cabral, por sua vez, criticou a Câmara de Cuiabá por, segundo ele, desviar o foco de suas responsabilidades, como a discussão sobre a taxa do lixo, a crise de arboviroses na saúde pública e a situação das Cuidadoras de Alunos com Deficiência (CADs) no município. “O que eu considero é que a Câmara tem mais o que fazer, por exemplo, fiscalizar as ações do atual prefeito de Cuiabá”, destacou.
Na mesma linha, o deputado Valdir Barranco ironizou a atuação dos vereadores, afirmando que falta trabalho concreto ao Legislativo municipal. “Acho que os vereadores não têm problema para cuidar da cidade. A cidade está abandonada, esburacada. [...] Deixa que aqui nós temos 24 deputados e deputada, que têm muita responsabilidade, compromisso, são absolutamente preparados. Vamos cuidar da Assembleia, do que é de nossa competência”, alfinetou o petista.
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