Em depoimento prestado na tarde desta sexta-feira (16.12) à juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, o ex-assessor especial da Secretaria de Educação (Seduc/MT), Fábio Frigeri disse que tem muito a esclarecer e confirma a existência de uma organização criminosa na pasta.
Frigeri está preso desde o dia 03 de maio deste ano, em decorrência da deflagração da 1ª fase da “Operação Rêmora”. Ele é acusado de junto com o ex-secretário da Seduc/MT Perminio Pinto, e empresários comandarem esquema fraudulento na Secretaria, onde leiloavam as obras de reforma de escolas estaduais.
Fábio, reclamou de ter sido impedido de acompanhar busca e apreensão em sua casa, principalmente em seu quarto. Ainda, reclamou que foi levado para o Paschoal Ramos e ficou 8 horas sem água e em pé desde então achou tudo muito estranho.
Ele contou que foi convidado para ir para a Seduc/MT após as eleições e que o convite partiu de Permínio. Conforme ele, aceitou porque achava que podia fazer um bom trabalho e foi nomeado como assessor de Permínio, ficando em desvio de função e trabalhando mais de dez horas por dia.
Em maio, segundo o ex-servidor, o ex-secretário lhe convidou para um almoço que já estavam Giovani Guizardi mais o Wander Luiz dos Reis e que ele fazia parte do grupo do Governo e possivelmente ia precisar de alguma coisa e o secretário disse que era para atendê-lo.
Já em junho, teve uma reunião do gabinete do Permínio e lá estava o Giovani e ele falou que precisava de auxílio para bancar déficit de campanha. “O Giovani disse que estava ali representando o governador e o Alan. Ele foi enfático ou vocês fazem ou vou procurar outras pessoas para ficarem em seus lugares” contou.
Em setembro três empresários teriam o procurado e disseram que não concordavam com o tratamento do Giovani, que esse estava sendo agressivo e exigindo dinheiro para pagar dívidas de campanha.
Fábio disse ainda que comunicou ao ex-secretário Permínio e este disse que iria tomar providências. Conforme ele, um dos empresários era Ricardo Sguaresi.
O ex-servidor nega recebimento de propina. “Nunca recebi nada do que rolava de pagamento. Só recebia o salário da Secretaria de Educação” afirmou.
Ele afirma que as mentiras contadas ao MP destruíram sua reputação e nunca foram questionadas. Além disso, declarou que as obras da Seduc eram de péssima qualidade e que o Estado não exigia qualidade e prazo.
Atualizada – Chorando, Fábio disse que foi ameaçado por Giovani e que não tinha como barra-lo na Seduc/MT.
“Giovani disse que o grupo tinha contratado detetives e que sabiam da rotina da vida de todos, inclusive da minha” contou.
Segundo ele, o grupo chegou a convidá-lo para ocupar o lugar do Giovani, mas ele teria dito que não tinha condições de conseguir fazer o trabalho do Giovani.
A intenção do grupo, conforme ele, era pagar uma conta de R$ 10 milhões do governador Pedro Taques.
Atualizada – Ao ser questionado pela Promotoria de Justiça se ele foi ao escritório do Giovani, Fábio disse que foi pensando que era de Edesio e que em uma ocasião Giovani estava lá. Segundo ele, não se recorda de quem partiu a ordem para ele ir neste escritório.
Atualizada - A Promotoria pergunta porque numa ligação Fábio disse que um servidor era indicação do chefe do Zero Um. "Quem era o chefe do Zero Um" indaga, e Fábio deixa a entender que estava se referindo a Permínio.
Atualizada - Fábio se contradiz. A princípio ele disse que não lembrava o nome dos empresários e agora disse que o Luiz Fernando era um dos empresários que reclamara do Giovani.
Atualizada – A advogada de Fábio reclama à juíza que a imprensa está atrapalhando e que alguém está assistindo um vídeo. A juíza esclarece que ninguém está assistindo vídeo e é que as paredes são de papelão e tem pessoas conversando no corredor.
Atualizada - Fábio disse que quando estava preso solicitou que a família pedisse ajuda financeira para Permínio, e que ele considerava o ex-secretário como amigo.
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