O governador Mauro Mendes (DEM) em entrevista nesta quarta-feira (07.07) lamentou a decisão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT) que aprovou a Proposta de Emenda à Constituição nº 10/2021, que poderá permitir aos trabalhadores da Empaer recuperar seus empregos. Mendes destacou que a “ordem” para demitir os trabalhados não veio do Governo.
Quem disse que teria que demitir essas pessoas que trabalham na Empaer foi a Justiça
“Não foi o governador Mauro Mendes ou a nossa administração. Essa é uma decisão transitada em julgado que nós fomos obrigados a cumprir. Ora, a gente cumpriu, temos que ter respeito ao Executivo, Legislativo e Judiciário”, argumentou o governador.
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Mauro avalia que os deputados ao aprovarem a PEC não respeitaram a Constituição Brasileira e questionou: "Que moral eles têm para pedir que o Executivo respeite as leis deles".
“A Constituição é muito clara com algumas coisas, o que pode os Legislativos, municipal, estadual e federal fazer ou deixar de fazer. Esses caras, desculpa dizer assim, os nossos deputados em alguns momentos, eu não sei o que que passa na cabeça deles. Agem como se não existisse amanhã, como se pudessem fazer o que bem quer. É o samba do criolo doido, desculpa. Eles agem malucamente, não sei se estão atrás de algum voto. Agem de uma maneira que eu considero que não contribui muito com o Estado de Mato Grosso”, criticou o governador durante entrevista à Rádio Jovem Pan Cuiabá.
Não sei se estão atrás de algum voto
Questionado se deverá recorrer, Mendes explicou que “neste caso específico” a decisão já foi tomada pela Justiça.
“Eles foram demitidos porque no passado eles entraram sem concurso, foi feito um teste seletivo e isso não tem a capacidade de dar estabilidade para eles. Isso estava errado e a Justiça mandou demitir e a Assembleia acha que eles podem fazer uma PEC e mudar isso. Agora o que é pior, sem entrar no mérito, pergunto: quantos ganha aqui no Estado, um auxiliar de serviços gerais, um salário mínimo, esse o salário em qualquer empresa”, argumentou.
Mendes comparou os supersalários dos trabalhadores da Empaer com o trabalhador da rede privada e classificou o ato da Assembleia “como ilegal”. Mendes pediu aos deputados que voltem a racionalidade e respeitem o dinheiro público.
“Sabe quantos um auxiliar de serviço gerais ganha na Empaer R$ 13 mil. Foi isso que a Assembleia fez, ela fez um ato ilegal para dar estabilidade para um auxiliar de serviços gerais que no mercado ganha R$1.500 e na Empaer ganha R$ 13 mil. Quantos ganha um motorista no mercado? Uns R$ 2,200, na Empaer um motorista ganha R$ 12 mil. É esses caras que a Assembleia está fazendo essa confusão toda para manter a estabilidade deles no emprego que a Justiça mandou demitir”, declarou.
Fizeram um malabarismo doído, agindo de forma ilegal
O governador sugeriu que a AL está sendo irresponsável: “Eu peço aos deputados, muitos meus amigos, gente voltem a racionalidade, vamos agir com bom senso, dentro da legalidade e vamos respeitar o cidadão mato-grossense e o contribuinte”, declarou Mendes dizendo que não é o Governo que recorre e sim o Ministério Público ou a Procuradoria, que é um órgão autônomo da administração.
Mendes declarou que sempre trabalhou dentro da legalidade e busca fazer o possível e o correto. “Trabalho muito, mas dentro da legalidade. Não fico jogando para a galera fazendo de conta que vai fazer só para ganhar um votinho aqui acolá, no médio e longo prazo ganha quem trabalha, quem tem fé em Deus e faz as coisas sérias”, encerrou o gestor.
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