Os coronéis Evandro Lesco e Zaqueu Barbosa reafirmaram nesta segunda-feira (04.11) às delegadas Ana Cristina Feldner e Jannira Laranjeira, que investigam as escutas ilegais, conhecida em Mato Grosso como “Grampolândia”, que as provas das interceptações foram destruídas a pedido do ex-governador Pedro Taques (PSDB). De acordo com Zaqueu, ele recebeu a ordem do governador Pedro Taques, e repassou ao Lesco e ao Siqueira juntos.
Já o coronel Airton Benedito Siqueira Júnior, segundo informou a delegada Ana Cristina, a defesa solicitou adiamento da acareação, mas o pedido foi negado, por conta disso manteve-se em silêncio.
Em outro depoimento, Siqueira negou a participação do ex-governador Taques nas escutas ilegais. Porém, Lesco e Zaqueu mantiveram a mesma versão prestada anteriormente, que partiu sim de Pedro Taques a ordem para destruírem as provas.
A versão de Siqueira é que houve uma reunião em 2015, no fundo do Parque Tia Nair, mas ele não participou, e que seria para tratar da destruição de provas. Segundo revelou à época, teriam participado da referida reunião Zaqueu, Lesco e o cabo Gerson Correa. Contudo, esta versão é contestada por Lesco e Zaqueu. Os dois afirmaram ainda, que Siqueira teria ido à reunião com o veículo que servia a Casa Militar.
Ana Cristina explicou que neste inquérito, acareação é somente para apurar a destruição de provas, porém, a grampolândia é grande e vai demorar a conclusão do caso.
A delegada considera que a diligência de hoje foi exitosa, pois foi possível esclarecer alguns pontos obscuros, apesar de Siqueira permanecer calado. “A maior divergência é em relação às declarações de Siqueira e dois outros dois militares. Não é em relação às declarações entre Zaqueu e Lesco”, explicou.
Sobre o depoimento do ex-governador Pedro Taques, Feldner disse que ele poderá sim depor, mas no momento oportuno e de acordo com a conveniência das investigações. "A investigação tem uma dinâmica, todas as pessoas citadas serão ouvidas, não quando as pessoas querem, mas quando as investigações apontam que é o momento oportuno. As oitivas são colhidas conforme a necessidade, oportunidade e a conveniência da investigação e não de cada pessoa que é citada", finalizou a delegada.
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