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Política Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2018, 09:58 - A | A

Sexta-feira, 23 de Fevereiro de 2018, 09h:58 - A | A

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Silval afirma que Emanuel recebeu propina e que se “não pagasse propina Estado não andava”

Lucione Nazareth/ VG Notícias

 

O ex-governador Silval Barbosa afirmou nesta sexta-feira (23.01) que foi extorquido por deputados estaduais e que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) foi um dos parlamentares que recebeu propina para “não atrapalhar o andamento de obras” em Mato Grosso.

“Aquelas imagens não tinham nada a ver com mensalinho que era pago aos deputados. As imagens eram para pagamento de uma extorsão que os deputados estaduais tinham feito relacionada às obras do MT Integrado, da Copa do Mundo, entre outras. Este pagamento foi feito para não paralisar as obras. As imagens eram o acordo com deputados, de uma extorsão, para não atrapalhar as obras. Eu não queria fazer o pagamento, mas tive que fazer, não houve outra forma”, declarou Silval, em depoimento prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - CPI do Paletó -, que apura a suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito de Cuiabá.

Segundo ele, na época em que comandou o Estado, entre 2010 e 2014, existia uma “grande pressão e extorsão” por parte dos deputados estaduais para aprovar projetos e executar obras. “Para aprovar qualquer projeto ou que as obras continuassem em execução, tinha que pagar o que os deputados pediam. Se eu não pagasse o Estado não andava”, disse o ex-governador.

Ele explicou que existia uma planilha de controle de pagamentos realizados mês a mês. “Ao todo ficou acordado que seria pago pelo governo R$ 600 mil a cada deputado, divididos em 12 parcelas. Então, aquelas imagens feitas pelo Sílvio são sobre pagamento da extorsão, propina aos deputados. Aquilo que o Emanuel aparece recebendo era apenas uma parcela do acordo”, reafirmou novamente o ex-gestor, esclarecendo que o seu ex-chefe de gabinete Sílvio César Corrêa que detinha a planilha de pagamento.

Ele aponta como favorecidos da propina: Emanuel Pinheiro, e os deputados Pedro Satélite (PSD), Airton Português (PSD), Dilmar Dal'Bosco (DEM), Ezequiel Fonseca (PP), Hermínio J. Barreto (PR), Wagner Ramos (PSB), João Malheiros (PR), José Domingos (PSD), José Riva (à época, do PSD), Baiano Filho (PSDB), Mauro Savi (PSB), Romoaldo Júnior (MDB), Walter Rabelo (PSD), Alexandre César (PT), Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), Luiz Marinho (PTB), Antônio Azambuja (PP), Sebastião Rezende (PP), Luciane Bezerra (PSB), Teté Bezerra (MDB), Ademir Brunetto (PT) e Gilmar Fabris (PSD).

“Nem todos os deputados receberam todo o valor combinado. Mas, a maioria recebeu cerca de 80% da propina combinada”, apontou.

O ex-governador disse que para o pagamento de propina, começou a procurar os empresários e solicitar o retorno na manutenção de contratos com o Estado e na execução de obras.

Atualizada às 10h09 - Barbosa detalhou que em 2014, alguns deputados que recebia a propina começaram a não cumprir o acordo. “No final de 2014 começou uma sacanagem. As pessoas que recebiam a propina começaram a não votar de acordo com os nossos interesses. Uma das pessoas foram a ex-deputada Luciane Bezerra que chegou a brigar com o Sílvio. Então ele decidiu a gravar. Para se ter uma ideia que terminou de pagar o acordo para Luciane foi o ex-secretário Pedro Nadaf”.

No depoimento, ele voltou a reafirmar que teve que pagar uma dívida deixada pelo ex-governador Blairo Maggi (atual ministro da Agricultura) com a Assembleia Legislativa, no entanto, não citou detalhes da dívida.

O ex-gestor disse que irá deixar na CPI uma cópia de sua delação premiada.

Atualizada em 10h20min - Num desabafo, Silval disse que fez a delação por questões de consciência e para servir de exemplo para que outras pessoas não cometam o mesmo erro que ele cometeu. E que isso sirva de exemplo para ver o que há de podre no parlamento.

Silval realtou que quando esteve preso, estava com diversas autoridades deste governo com ele (preso) e que eles relataram coisas que ainda continuam ocorrendo no atual governo.

Segundo o ex-governador, cada deputado se beneficiava com mais de R$ 2 milhões anuais na sua gestão. "Eu passava, na minha gestão R$ 50 mil de mensalinho para eles, e hoje, eles (deputados) institucionalizaram, por meio da verba indenizatória de R$ 65 mil sem ter que prestar contas". Ele afirmou que 70% das campanhas são caixa dois. "Ninguém chega no mandato com aquilo que é declarado legalmente".

Atualizada às 10h26min - Sobre o envolvimento de Pinheiro, o ex-governador afirmou que não estar prestar depoimento para condenar ninguém e assim apenas detalhou os crimes que ele já revelou ter participado e que consta em seu acordo de delação premiada.

“Eu não estou aqui para condenar ninguém. E estou aqui para ver se sirvo para contribuir em alguma coisa. E estou aqui para relatar o que fiz e que as pessoas não comentam os mesmos erros que o fiz. Eu acabei com minha vida”, desabafou.

Silval nega conhecimento de dívida de pesquisa eleitoral com o Mark Instituto de Pesquisa de propriedade de Marco Polo de Freitas Pinheiro (Popó), irmão do prefeito Emanuel Pinheiro.

“Eu nem sei que tinha dívida de pagar. Este vídeo da gravação e fruto do acordo que foi feito com os deputados. O dinheiro recebido é uma parcela do acordo, não é de pesquisa eleitoral nenhum”, reafirmou.

Atualizada às 10h45min - Barbosa cita que pensou que seria “blindado” na CPI das Obras da Copa por ter pago a propina aos deputados, porém, isso não ocorreu e que os deputados Wagner Ramos, Silvano Amaral e José Domingos Fraga cobraram propina para aprovar as suas contas de governo.

“Foram pagos R$ 650 mil Wagner, R$ 250 Silvano, e R$ 200 para o Zé Domingos. Na época eu tinha apenas uma prisão e achei que não daria nada. Eu fui acertei”, citou.

Silval relatou que, enquanto deputado, Emanuel esteve no Palácio Paiaguás cobrando o pagamento da propina acordada.

Silval afirmou que não deixou de dívida de campanha eleitoral. “Instituto para fazer pesquisa é paga antecipadamente. Dificilmente fica dívida com pesquisa. Desconheço qualquer dívida com o Mark Instituto de Pesquisa. Fiquei sabendo que o Sílvio deu cheque para colocar pessoal na rua para fazer pesquisar”.

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