O presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE/MT), conselheiro Sérgio Ricardo, em entrevista à imprensa na sexta-feira (12.01), se manifestou sobre a não concretização do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Mato Grosso. Segundo ele, esse insucesso decorre do conflito entre o governador Mauro Mendes (União) e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
Durante a entrevista, o conselheiro recordou sua época como deputado estadual, destacando que foi pioneiro ao discutir a implantação do VLT no Estado. Ele descreveu como um meio de transporte excepcional, de alta qualidade, dotado de ar-condicionado e eficiência.
Ressaltou, contudo, que a disputa entre os administradores estadual e municipal foi um fator preponderante para a não realização do projeto: “A contenda entre o governador e o prefeito, infelizmente, contribuiu significativamente para a ausência do VLT em Mato Grosso. Cabe a cada um refletir sobre sua parcela de responsabilidade”, afirmou.
Ao ser indagado sobre a paralisação das obras do VLT durante a gestão do ex-governador Pedro Taques e o seu posterior abandono na administração atual de Mauro Mendes, Sérgio Ricardo enfatizou a falta de concordância e cooperação entre os gestores. Sublinhou a importância do comprometimento público em gestões e defendeu a continuidade dos processos em prol do interesse coletivo.
Quanto ao encontro entre o prefeito de Cuiabá e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), no qual foi revelada a pré-seleção do projeto do VLT Cuiabano para o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os planos para a licitação da obra, foi questionado se isso afetaria a progressão das obras do BRT em Cuiabá. O conselheiro afirmou que não há impedimento, destacando que o TCE já possui uma decisão sobre o assunto e que, como presidente, ele a manterá.
Sérgio Ricardo expressou a necessidade de superar as disputas políticas em torno do BRT e do VLT. Enfatizou a importância de atender às demandas da população. “Como fica o povo nesse impasse? Quando o VLT será concluído? Estima-se um custo de quase R$ 5 bilhões, mas qual será o valor final do VLT? E a origem dos recursos? Expresso minha insatisfação, enquanto cidadão cuiabano, com essas discussões infrutíferas ao longo dos anos”, concluiu o conselheiro Sérgio Ricardo.
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