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Política Terça-feira, 30 de Julho de 2019, 09:38 - A | A

Terça-feira, 30 de Julho de 2019, 09h:38 - A | A

Tudo ou Nada

"Se Justiça considerar acusações contra Pedro Taques, terá que aceitar contra MPE", diz defesa

Edina Araújo/VGNotícias

VG Notícias

Pedro Taques

Pedro Taques é acusado de ser o mandante dos grampos ilegais

O advogado Emanuel Figueiredo, que promove a defesa do ex-governador Pedro Taques (PSDB), em entrevista ao oticias nessa segunda-feira (29.07), disse que os novos depoimentos dos militares sobre os grampos ilegais em Mato Grosso não trouxeram nenhuma novidade.

Segundo ele, os militares -, mais precisamente o cabo Gerson Correa, que fez declarações mais “bombásticas” -, levantaram “um monte de suspeita sobre o Ministério Público”, mas conforme o advogado, não teve acesso e não tem como dizer se são acusações fidedignas.

O advogado disse que esperava que os militares apresentassem documentos probatórios das acusações – e que o cabo Gerson ficou 14 anos no Gaeco no setor de inteligência - e diz ter jogado as provas no rio.

Ainda sobre a placa, ele disse que foram três versões diferentes do Lesco, Zaqueu e do cabo Gerson – e que é difícil de acreditar que sequer as placas existiram. Quanto à delação, a defesa de Pedro Taques considera um instituto importante, que ajudou a levar muitos políticos à prisão, e citou o caso da Lava Jato, porque houve meios de obter provas.

“O cabo Gerson ficou exibindo documentos, mas não foi periciado e não tive acesso ainda a estes documentos se é que foram apresentados. Não é uma crítica pessoal, mas técnica. Duas hipóteses, ou ele tem provas ou nunca existiu a placa. Hoje meu cliente é acusado de ter sido mandante de tudo. Então, tudo que eles falaram sobre o Ministério Público também é tudo verdade?” E complementou: “ou a Justiça aceita tudo o que os militares declararam como verdade ou não aceita nada”.

A versão de Figueiredo é que Mauro Zaque levou ao conhecimento de Pedro Taques sobre a “grampolândia” informalmente, e o governador não aceitou. “Se tudo o que for dito ao governador informalmente, e ele tomar uma atitude, vai dar a impressão de perseguição e fofoca. O govenador pediu a Mauro Zaque que colocasse no papel, formalizasse a denúncia. Quando Mauro Zaque foi protocolar, o governador estava no Uruguai, e ele protocolou com o chefe de gabinete e também no protocolo geral do Governo um documento sigiloso. Quando o governador voltou do Uruguai e tomou ciência, imediatamente encaminhou a denúncia ao Gaeco”, afirmou a defesa de Pedro Taques.

Ele disse ainda, que Pedro Taques teria respondido algumas vezes ao Mauro Zaque, quando este levou ao seu conhecimento sobre os fatos, “Mauro Zaque aos costumes”, dando a entender que ele deveria tomar providências, independente de quem quer que estivesse envolvido.

Questionado se ele acredita que possa ter nova operação que leve Pedro e Paulo Taques à prisão, o advogado disse que “confia na lei, na jurisprudência e no Tribunal, porque não há razoabilidade para uma prisão, a não ser que tenha fatos novos com elementos fortes que a lei permita”.

Sobre o ofício que a então juíza Selma Arruda mandou para Pedro Taques, informando sobre números que estariam sendo grampeados, o advogado disse que a magistrada ao tomar conhecimento de um fato desta relevância, quis que o governador tomasse providências, que ela agiu como Mauro Zaque. Mas disse que não teria como responder por ela, porque não conversou sobre o assunto pessoalmente com Selma, o motivo que a levou comunicar o então chefe do executivo.

A tese da defesa de Taques é que Mauro Zaque teria que ter investigado ao invés de mandar para o governador - que além de secretário, a época, era promotor de Justiça.

Outro lado - O promotor Mauro Zaque disse ao oticias que não vai discutir tese de defesa. E desmentiu a versão do advogado que falou informalmente com o então governador. Ele disse que inclusive apresentou as denúncias a Pedro Taques no Power Point, com detalhes. E quanto à denúncia protocolada no protocolo geral do Palácio Paiaguás, a perícia detectou que o documento original foi extraído do protocolo e enxertaram outro no lugar.

Mauro Zaque afirmou que foram duas denúncias levadas ao conhecimento de Pedro Taques. A primeira envolvia juiz e militares de Sinop. Já a segunda denúncia, era com todos os detalhes envolvendo os grampos ilegais e a “barriga de aluguel”.

O promotor contestou o advogado, e disse que enquanto secretário não tinha atribuição de apurar – e sim o governador. E também não poderia agir como promotor porque naquela oportunidade estava afastado do Ministério Público para ocupar cargo no Poder Executivo.

“As denúncias foram feitas formalmente ao governador Pedro Taques. Passei para ele com detalhes em PowerPoint. Fiz mais quando e percebi que ele não iria tomar nenhuma atitude, levei inclusive ao conhecimento das autoridades superiores, que é a Procuradoria Geral de Justiça, órgão máximo e competente para investigar. Então, o que eles estão querendo é criar mais uma tese de defesa. Até agora o ex-governador só entrou em contradição. Ao Fantástico, na época, ele afirmou que não tinha conhecimento. É mais uma tese de defesa e eu não vou discutir tese”, disse Mauro Zaque.

Questionado sobre o ofício que Selma mandou ao governador, se ele saberia informar qual a intenção, Mauro Zaque disse que ficou clara a tentativa da magistrada, na oportunidade, em prejudicá-lo, tentando imputar uma culpa que nunca teve.

Arquivado – O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou o arquivamento de uma investigação movida pelo ex-governador Pedro Taques contra o ex-secretário de Segurança Pública e promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus. Em maio de 2017, Taques entrou, junto à Procuradoria Geral de Justiça, com um Procedimento investigatório Criminal contra Zaque, acusando-o de falsificação de documento público, de prevaricação e de denunciação caluniosa.

Em maio deste ano, o desembargador Orlando Perri, relator do caso das interceptações telefônicas clandestinas - conhecida como “grampolândia”, disse que ficou comprovado que a investigação contra Mauro Zaque, em relação ao episódio de falsificação ocorrida no sistema de Protocolo do Governo do Estado, “foi articulada e executada no cerne daquele Governo“. O relator também determinou a apuração da conduta do então governador Pedro Taques, por crime de denunciação caluniosa.

Perri disse que ficou demonstrado nos autos “que não há nenhum indício que o promotor de Justiça Mauro Zaque tenha concorrido, direta ou indiretamente, para a suposta fraude no sistema de protocolo”. Para o desembargador, os elementos probatórios na fase preliminar demonstram que Mauro Zaque “não concorreu para a prática delituosa”.

“Parece-me, e aqui afirmo hipoteticamente, sem nenhum juízo de valor, que a presente medida foi o instrumento utilizado pelo então governador para tentar se eximir de possível acusação de envolvimento com a prática dos crimes revelados pelo Promotor de Justiça, Mauro Zaque de Jesus, e que seria objeto de matéria jornalística dois dias depois do protocolo desta representação”, escreveu, se referindo a uma reportagem exibida no dia 14 de maio de 2017 no programa Fantástico, da TV Globo.

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