Durante audiência na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA), o senador Blairo Maggi (PR) afirmou que a mesma população que vê o Brasil investir recursos na Copa, pagar o FMI e organizar grandes eventos, exige agora que o país invista em setores básicos, como saúde e educação.
“O questionamento é legítimo. Se foi gasto um R$1,2 bi no estádio (Brasília), por que não se consegue resolver o problema do hospital ao lado?”, recorreu.
Para o senador, o Brasil melhorou nos últimos anos e tornou-se um país rico, mas não cresceu de forma equitativa. Maggi lembra que durante muito tempo o governo pediu sacrifício e compreensão dos cidadãos, mas peca quando a ‘situação folga para uns e não folga para todos’. “A onda de protesto é legítima e merece reflexão do governo”, ampara.
O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, que compareceu à CMA para prestar esclarecimentos acerca de investigação e sindicância sobre a ex-funcionária da Presidência da República, Rosemary Noronha, realçou que para o governo ainda procura respostas para a manifestação. “É um novo formato de manifestação, sem carros de som ou lideranças para negociar. É muita pretensão dizer que já compreendemos os protestos”, reconheceu.
Sobre mobilidade urbana, Carvalho reconheceu as dificuldades encontradas em São Paulo, e lembrou ser grave o transporte público da capital do país, Brasília. “É difícil entender o que está acontecendo, mas estamos procurando respostas a esse novo tempo (de manifestações)", disse ao considerar que há uma ‘base material de descontentamento’.
As manifestações tiveram início há cerca de uma semana, quando o governo de São Paulo anunciou aumento na tarifa de transporte público. O movimento, que passou a contar com o apoio de outros estados e países, ganhou novos protestos como os altos gastos com a Copa do Mundo, qualidade na prestação de serviço público e baixo investimento em saúde e educação.
Pedido de esclarecimentos - A ida de Gilberto Carvalho à CMA foi solicitada pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Seu requerimento está fundamentado em reportagem publicada pela revista Veja, em maio passado, que acusa a Secretaria-Geral da Presidência de tentar impedir que a sindicância da Casa Civil sobre a atuação de Rosemary Noronha no governo fosse concluída.
Carvalho negou as acusações e disse que a Presidência sempre instaurou processos para acompanhar casos de sindicância.
da Assessoria de Comunicação com informações da Agência Senado
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