O sargento Eros Rogério Barros de Araújo concedeu entrevista à TV Cidade Verde e revelou o estado de hipervigilância contra os militares que realizaram a segurança da primeira-dama e dos demais parentes do governador Mauro Mendes (União) em São Paulo.
Eros havia registrado um boletim de ocorrência na terça-feira (04.02), demonstrando que uma câmera foi colocada em um local onde os militares trocavam de roupa. No mesmo dia, o militar foi exonerado do cargo que ocupava na Casa Militar. Também na mesma data, o tenente-coronel Fernando Turbino dos Santos, chefe da Casa Militar, registrou BO contra Eros, alegando que o local não era um alojamento oficial dos militares, que recebem diárias para o serviço.
Na entrevista, Eros revelou que recebeu um telefonema em que foi ameaçado de ser preso. O militar contou que seria detido após declarar sua indignação com a filmagem enquanto estava no quarto.
"Eu cheguei lá para trocar de roupa, e um cabo me avisou que eu tinha que ir ao banheiro para trocar de roupa", comentou. "Eu não deveria ter falado, lamentavelmente eu perdi a noção e acabei falando coisas que não devia, porque eu fiquei tremendamente revoltado", contou o sargento. "Com certeza, quem estava filmando viu e não gostou", completou.
Apartamento teria sido alugado
Eros contou que acredita que o governador Mauro Mendes (União) não sabe do ocorrido. Ele declarou que, na penúltima vez que foi ao local, não havia câmeras e que sempre acompanhou a primeira-dama em tratamentos de saúde em São Paulo.
Segundo Eros, o apartamento foi alugado pelo tenente-coronel Silvio Prestes Guerreiro Júnior, que o cedia para os demais militares. Conforme o militar, sua exoneração ocorreu em razão de sua "briga" para melhoria do DGA dos servidores que fazem a segurança da família do governador.
"Tudo começou porque eu comecei a entrar em rota de colisão, buscando alguns direitos de alguns policiais", comentou Eros. "Não houve confrontação, houve apenas solicitação; nós pedimos igualdade de DGA", declarou.
O sargento também conta que após a polêmica envolvendo a câmera foi lotado no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e, logo em seguida, foi colocado à disposição.
"Nada contra a filmagem, a filmagem tem que existir, mas acho que faltou um pouquinho de sabedoria dos responsáveis, de colocar a câmera na saída, na entrada, menos em um local de privacidade de um militar que faz a segurança do governador que é totalmente contra câmeras nas fardas", comentou Eros. Por fim, o militar teceu críticas a Turbino: "Isso é uma ação totalmente isolada do tenente-coronel Turbino que talvez esteja fazendo de tudo para ser promovido", comentou.
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