A primeira-dama Virgínia Mendes vai inaugurar nesta terça-feira (13.08) o Residencial Reserva Novo Mundo, em Várzea Grande, que foi construído pela construtora WR Engenharia e Construção LTDA, cujo dono, Willian Leite Rondon, é um dos investigados na Operação Hermes, deflagrada pela Polícia Federal em 2023.
Willian seria o delator do esquema investigado pela PF. Ele teria recebido cerca de R$ 1 milhão de Arnoldo Veggi, um dos líderes do grupo. O filho do governador Mauro Mendes, Luis Antônio Taveira Mendes, também foi alvo da operação e teve um pedido de prisão feito pela PF, mas que foi negado pela Justiça.
A construtora responsável pelo residencial recebeu indiretamente recursos do Governo de Mato Grosso através do programa Ser Família Habitação. Os subsídios variam entre R$ 15 mil e R$ 20 mil e são pagos às famílias para a aquisição dos imóveis. Ao todo, 38 casas do residencial da empresa foram disponibilizadas pelo programa do Governo Estadual. A ligação entre o Governo e as construtora é feita pela empresa Mato Grosso Participações (MT Par).
As investigações da polícia apontaram que Willian seria um dos vendedores e financiadores do comércio ilegal de mercúrio praticado pela organização criminosa. Já Arnoldo Veggi é apontado como a peça principal nos crimes.
Uma das conversas flagradas pela Polícia Federal com Arnoldo Veggi mostra que este último teria informado que tentaria entrar com mercúrio no Brasil através de "mercados ocos" e Willian Rondon responde: "vida de traficante não é fácil".
Em depoimento à PF, Willian contou que conhece Arnoldo Veggi desde 2010 e que a sua empresa, WR Engenharia, possui faturamento mensal de R$ 300 mil. O empresário também contou que em maio de 2022 passou a emprestar dinheiro para Arnoldo. Em depoimento, Willian afirmou que foi enganado por Arnoldo e entregou planilhas à Polícia Federal com a relação de clientes do suposto traficante de mercúrio.
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