Cerca de 70 policiais federais cumprem desde a madrugada desta quinta-feira (13) a 18ª fase da Operação Lava Jato. A ação ocorre em Brasília, Porto Alegre, São Paulo e Curitiba. Serão cumpridos 11 mandados judiciais, sendo um de prisão temporária e dez de busca e apreensão. A ação é um desdobramento da fase anterior e foi batizada de "Pixuleco II".
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período. O mandado é contra Alexandre Oliveira Correa Romano, ex-vereador do PT em Americana (SP). Ele foi preso no Aeroporto de Congonhas, quando sairia para uma viagem, e será levado para a Superintendência da PF, em Curitiba.
Segundo a PF, esta nova fase está ligada a um operador identificado na 17ª etapa da operação. Esse novo operador é suspeito de arrecadar valores relacionados a vantagens indevidas que superam R$ 50 milhões a partir de contratos de crédito consignado junto ao Ministério do Planejamento, de acordo com as investigações. Os pagamentos ocorriam por meio de empresas de fachada, conforme a PF.
Ministério do Planejamento
Os investigadores buscam provas sobre esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que gira em torno de contratos milionários feitos pelo Ministério do Planejamento.
Desde a última fase , havia suspeitas de desvios milionários efetuados por empresas do Grupo Consist Software nesses contratos.
17ª fase e a prisão de José Dirceu
Batizada de 'Pixuleco', a 17ª fase da operação prendeu o ex-ministro José Dirceu e outras sete pessoas suspeitas e envolvimento em crimes como corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras.
A Polícia Federal afirma que a empresa de Dirceu recebeu valores indevidos de forma "oficial", por meio da JD Assessoria e Consultoria Ltda, e "extraoficial" em dinheiro em espécie.
Houve casos, de acordo com a Polícia Federal, em que representantes do ex-ministro pegaram dinheiro diretamente na casa do empresário Milton Pascowitch, também investigado na Lava Jato. Para os investigadores, Pascowitch agia como um operador no esquema de corrupção.
Ele teria participado do esquema de corrupção da Petrobras quando ainda estava na chefia da Casa Civil, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo as investigações.
O nome Pixuleco, segundo a PF, era o termo usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para falar sobre propina.
Foram soltos:
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva – irmão de José Dirceu e sócio dele na JD Consultoria. É suspeito de ir até empresas para pedir valores para o esquema de corrupção. A JD é suspeita de receber R$ 39 milhões por serviços que não foram feitos.
Pablo Alejandro Kipersmit – presidente da Consist Software. Segundo o delator Milton Pascowitch, a empresa simulou contrato de prestação de consultoria com a Jamp Engenheiros, com a finalidade de repassar dinheiro ao PT através de João Vaccari Neto.
Roberto Marques - ex-assessor de Dirceu. Segundo a delação de Milton Pascowitch, ele recebia dinheiro e controlava despesas de Dirceu no esquema de corrupção.
Júlio Cesar dos Santos, sócio minoritário da JD Consultoria até 2013.
Olavo Hourneaux de Moura Filho, suspeito de receber quase R$ 300 mil do esquema de corrupção para Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura, irmão dele, também foram presos temporariamente, mas não tiveram a prisão prorrogada.
Presos que cumprem prisão preventiva e que não têm prazo para deixar a prisão:
José Dirceu - ex-ministro da Casa Civil e suspeito de receber propinas mesmo após o julgamento do mensalão.
Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura – lobista suspeito de representar José Dirceu na Petrobras, é apontado pelo MPF como responsável pela indicação de Renato Duque para a diretoria de Serviços da estatal.
Celso Araripe – gerente da Petrobras, denunciado na 14ª fase da Lava Jato. É acusado de receber propina para providenciar aditivos em contrato da Odebrecht com a estatal.
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