O juiz federal Sérgio Moro, que preside os processos em primeiro grau da Operação Lava Jato, afirmou na manhã desta sexta-feira, 28, em palestra em São Paulo, que a Petrobrás era quem “suportava o ônus” das propinas pagas, no maior esquema de cartel e corrupção desbaratado no Brasil.
“O preço da propina a Paulo Roberto (Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal) estava embutido nos contratos. Quem suportava o ônus desse preço era a Petrobrás”, afirmou Moro ao citar a condenação dos empreiteiros das empreiteiras OAS e Camargo Corrêa.
Moro foi convidado pela Procuradoria da República, em São Paulo, para a palestra “Aspectos Controvertidos do Crime de Lavagem de Dinheiro”. O evento acontece na sede da Procuradoria.
Iniciou a palestra falando das condenações do ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, no processo do mensalão – primeiro grande escândalos dos governos petistas. João Paulo foi condenado por corrupção e Pizzolato por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato.
Moro é o titular da 13ª Vara Federal, em Curitiba, sede das investigações da Lava Jato, e um dos maiores especialistas do País em crimes de lavagem de dinheiro.
O magistrado rebateu críticas de que tem mandado prender em excesso investigados do caso e citou a Operações Mãos Limpas – a Mani Pulite foi a maior ação de enfrentamento conjunto de autoridades da Itália contra a corrupção, deflagrada na década de 90.
Depois de citar as 800 prisões por corrupção na Mãos Limpas, Moro comparou com a Lava Jato. “Ainda tem um saldo, to brincando…’
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