Em meio a expectativas e desafios, o novo secretário de Fazenda de Cuiabá, Marcelo Bussiki, assumiu oficialmente seu cargo na gestão do prefeito Abílio Brunini (PL). Durante a cerimônia de posse, realizada na quarta-feira (01.01) no teatro Zulmira Canavarros, Bussiki destacou a necessidade de um levantamento detalhado das contas municipais e afirmou que a administração buscará recuperação fiscal e transparência na gestão dos recursos públicos.
“Hoje temos acesso parcial às contas, mas agora vamos examinar oficialmente o tamanho da dívida, não apenas em relação a servidores, mas também a fornecedores e a outras obrigações que possam não estar empenhadas”, explicou Bussiki. Ele prometeu apresentar à sociedade um diagnóstico detalhado, baseado em dados oficiais da própria prefeitura.
Salários e déficit previdenciário
Questionado sobre o temor de atrasos no pagamento de salários dos servidores municipais, Bussiki foi cauteloso, afirmando que a equipe ainda está levantando os números para planejar as primeiras ações. “Vamos fazer uma programação de pagamentos para o ano e buscar soluções para as dívidas pendentes, incluindo encargos como INSS e CuiabáPrev, cuja dívida já se aproxima de R$ 80 milhões”, destacou.
Bussiki também fez críticas à gestão anterior, liderada por Emanuel Pinheiro (MDB), que, segundo ele, entregou a prefeitura com uma dívida bilionária e salários atrasados. “Emanuel pegou uma prefeitura totalmente saneada e hoje entrega uma situação crítica. Esse é o retrato de uma gestão que não respeitou o servidor, os fornecedores nem o cidadão”, afirmou.
Relação com o governo estadual
Sobre os repasses do governo estadual, que frequentemente foram alvo de queixas na administração anterior, Bussiki garantiu que a relação com o governador Mauro Mendes será produtiva. “A gestão Abílio tem excelente relação com o governo estadual, e vamos trabalhar para aprimorar essa parceria, especialmente em busca de soluções conjuntas para Cuiabá”, disse.
Recuperação fiscal e planejamento
Com dados preliminares apontando um déficit de R$ 200 milhões apenas na área da saúde, Bussiki reconheceu a urgência de medidas estruturais para equilibrar as contas municipais. “Nossa missão é recuperar o equilíbrio fiscal e devolver à prefeitura sua capacidade de investimento, essencial para que novas obras e políticas públicas sejam entregues”, afirmou.
O secretário projetou que um panorama inicial das finanças municipais deve ser divulgado até fevereiro, com base nos relatórios fiscais exigidos pela Secretaria do Tesouro Nacional. Já um balanço mais abrangente será apresentado até abril, quando a gestão anterior entregará o relatório final.
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