O vice-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PL), rebateu, na manhã desta terça-feira (15.04), as críticas feitas pelo senador Jayme Campos (União), que afirmou que a Prefeitura teria se transformado em um "balcão de negócios" em razão de supostas exigências políticas. "Zaeli rebate e afirma que Jayme está em 'abstinência de poder' após perder influência política em Cuiabá e Várzea Grande."
A família dele governou o município por mais de 50 anos, e agora, com apenas 90 dias de gestão, quer atirar pedras
Tião continuou: "Vindo do senador, isso já é até esperado. Ele está em abstinência, porque perdeu o comando das Prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande. É uma fala extremamente deselegante e incoerente. Boa parte do staff político dele está conosco na gestão. Ele precisa organizar o próprio partido e definir o que realmente deseja", declarou o vice-prefeito.
Zaeli ainda sugeriu que Jayme deveria concentrar suas energias nas eleições de 2026, em vez de atacar a atual administração. "Ele precisa se preocupar com a próxima eleição, buscar seu espaço. Porque não será fácil. Ele sempre venceu nos bastidores, mas, desta vez, acho que não", alfinetou.
Em outro momento, o vice-prefeito voltou a cutucar o senador, afirmando que, como liderança política relevante em Mato Grosso, Jayme deveria “pular para dentro” da gestão e ajudar a prefeita Flávia Moretti (PL), já que, segundo ele, muitos dos problemas enfrentados atualmente têm a marca da família Campos.
"A família dele governou o município por mais de 50 anos e, agora, com apenas 90 dias de gestão, quer atirar pedras. Falta coerência. Quando perdi as eleições em 2012, fui para casa cuidar dos meus negócios. Não fiquei perturbando quem estava no cargo", disparou.
Zaeli também criticou a alegação de ausência de transição entre as gestões, afirmando que Jayme comandava os bastidores da Prefeitura mesmo sem ocupar oficialmente o cargo.
"Eles estiveram na gestão passada por 10 anos. E, nos primeiros dias da nova administração, não houve transição política porque quem continuava mandando era o senador. Ele era senador e prefeito ao mesmo tempo. De todo modo, seguimos aguardando as emendas dele para reparar os erros deixados", completou.
Críticas de Jayme Campos
O senador Jayme Campos (União) criticou a condução da atual gestão da Prefeitura de Várzea Grande ao comentar a exoneração do secretário de Educação, padre Edson Sestari. Segundo o parlamentar, o religioso “não aguentou 90 dias e tacaram o pau nele”, em referência à pressão que teria sofrido, além de mencionar outros secretários que também deixaram seus cargos. “Não sei onde isso vai parar, mas estou torcendo para que dê certo. Infelizmente, o que estou percebendo agora é que a coisa está meio desarrumada”, pontuou.
Segundo Jayme, a sensação é de que a Prefeitura virou um “balcão de negócios”. Ele se referia a informações divulgadas por sites locais, segundo as quais o vice-prefeito Tião da Zaeli (PL) teria exigido controle sobre três pastas: Educação, Obras e o Departamento de Água e Esgoto do Município (DAEVG). “A Prefeitura não é empresa privada para ser negociada ou rachada.
Outro lado
Jayme desdenha de Tião da Zaeli: “Responder ele é baixar meu calibre”
A reportagem do 
entrou em contato com o senador Jayme Campos (União Brasil) para comentar as declarações feitas pelo vice-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PL), durante uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (15.04). No entanto, Jayme desdenhou da situação e se recusou a dar qualquer resposta direta, afirmando que não pretende “baixar o calibre”.
“Ah, mas eu não vou perder tempo. Responder Tião da Zaeli? Aí não, tô baixando meu calibre. Aí eu tô valorizando os caras, né? Sou um dos 81 senadores do Brasil, só sou um deles”, disparou o senador, em tom irônico.
Jayme ainda completou que está focado em reuniões com prefeitos e vereadores e que não pretende se envolver em polêmicas locais. “Eles, ao invés de mostrar serviço, ficam falando... Tô acima disso aí”, concluiu.
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