A Federação PT PCdoB e PV, quer um candidato de consenso ao Governo de Mato Grosso para dar palanque ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porém, não vem sendo bem digerida por setores dos diretórios regionais das siglas, o que pode ser entrave nas negociações para as eleições de outubro.
As federações são uma novidade nas eleições deste ano. Nas novas regras, os partidos selam uma união de pelo menos quatro anos, até o fim dos mandatos, e passam a funcionar como uma única legenda no Congresso – dividindo fundo partidário, tempo de televisão e unificando o conteúdo programático.
Divergências internas em Mato Grosso expõem fraturas que vão forçar muita conversa e habilidade de negociação. O presidente Regional do PV e vice-prefeito, José Roberto Stopa, nome que o partido indicou como cabeça de chapa na federação, quer definir neste domingo (29.05) um cadidato próprio e já declarou que não deseja caminhar com os petistas, acusando-os de traidores. Stopa promove discussões tensas entre os dois partidos, PV e PT antes das conveções.
No início da semana, quando o PT apresentou Reinaldo Araújo e Domingos Sávio como possíveis pré-candidatos ao Governo de Mato Grosso, para compor chapa pura, alegando que o nome de Stopa não é consensual e que o PT pode, até mesmo, buscar o PSDB para uma aliança 'branca', já que alas tucanas, ainda ligadas ao pré-candidato na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), tem ligações com conservadores do PSDB. Alckmin deve ser o vice de Lula na chapa de presidenciáveis.
A rusga entre o PT e Roberto Stopa, o qual chegou a anunciar a desistência de disputar ao Governo, ocorreu exatamente após entrevista coletiva promovida por membros do PT em Mato Grosso, liderados pelo deputado estadual Lúdio Cabral, manifestando a ideia de lançamento de chapa pura (com outra legnda, se for o caso, mas sem Stopa).
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A tendência é que as desavenças possam gerar ainda mais dificuldade para encontrar uma unidade nos 141 municípios de Mato Grosso até as convenções. A engenharia política a ser montada para que isso ocorra sem intercorrências, na visão de dirigentes do PT, PCdoB e do PV é praticamente impossível.
Os petistas entendem que, Lula sendo eleito nas eleições presidenciais de outubro deste ano, ele poderá ajudar a alavancar a força da sigla em 2024, o que pode ser fator predominante na escolha de candidatos a prefeitos em Mato Grosso.
Os petistas defendem que o partido precisa ter candidato próprio nas capitais e que Cuiabá não seria diferente. Um dos pontos levantados é o fato de Emanuel Pinheiro (MDB) não poder concorrer ao pleito. No entanto, nos bastidores, Pinheiro já chegou a declarar que o eventual candidato à sua sucessão é o atual vice-prefeito José Roberto Stopa, o que pode atrapalhar o projeto dos petistas pelo fato de que a Federação (PT/PV/PCdoB) exigir um candidato de consenso entre as legendas.
O deputado Lúdio Cabral, sobre o prefeito cuiabano, já disse que Stopa tem o carimbo de Emanuel Pinheiro (MDB) e o PT prefere se descolar desse cenário.
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