O ex-deputado federal, ex-líder da bancada do PSDB na Câmara dos Deputados e presidente do Instituto Pensar Agropecuária (IPA), Nilson Leitão (PSDB) em entrevista ao não apresentou surpresa com a aproximação do ex-presidente Lula (PT), pré-candidato à Presidência da República, com o pré-candidato ao Senado, Neri Geller (PP) e com o senador da República, Carlos Fávaro.
Leitão, que também manifestou contrário a taxar o Agro mato-grossense como bolsonarista, avaliou como normal a composição em ano eleitoral. Nilson lembrou que Geller já foi ministro no Governo Dilma Rousseff (PT) com aval do grupo liderado pelo ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), do primo e mega produtor rural Elusmar Maggi Scheffer.
“Não sei porque estão tão surpresos com isso. Neri foi ministro da Dilma, o grupo do Fávaro liderado por Blairo, pelo Erai, sempre indicaram apoiar o PT. Não tem nenhuma surpresa nesse movimento. Zero surpresa”, declarou Nilson.
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Segundo o ex-deputado federal, o eleitor desacostumou com o modelo tradicional de eleição retomado em 2022, onde é preciso unir partidos para montar uma chapa. “Tem muita gente na base do Governo lá no Congresso que estará em palanques diferentes, porque os partidos vão se compor. E é assim que funcionam as composições políticas desde quando existe a Política.”
Nilson usou o exemplo para observar que assim como Geller, o senador Wellington Fagundes (PL), pré-candidato ao Senado, também já representou à esquerda na eleição de 2019, e hoje representa a direita, considerando que o Partido Liberal recebeu o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, à sigla. “Então, não há surpresa nisso, se é certo ou se é errado não estou fazendo juízo de valor, isso é outra coisa, o que estou dizendo é que não há surpresa nessas composições.”
Nilson afirmou que no Agro “não existe unanimidade” nem em favor de Bolsonaro e nem para Lula, mas reconheceu que existe um 'ativismo' muito forte em favor do presidente da República entre os produtores rurais, mas alertou que o Agro é formado por cidadãos e eleitores com opiniões diferentes.
“Tem muita gente do Agro que apoia o Bolsonaro e tem muitos que não. O Agro não é um partido político, não é uma organização política. São pessoas que compõem a produção agrícola de um país e de um Estado. Existem alguns que realmente se organizam para ter ativismo político, que acenam para o Bolsonaro com uma força muito maior e outros, grandes líderes empresariais e políticos que já decidiram que apoiam o Lula (Blairo Maggi, Neri Geller, Carlos Fávaro) ou pelo menos acenaram para isso”, destacou.
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