O deputado federal Neri Geller (PP), que deve assumir nos próximos dias a Secretaria Nacional de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, afirmou em entrevista ao nessa sexta-feira (27.01), que a equipe vai resgatar questões importantes para agricultura brasileira, entre eles, política agrícola que está praticamente abandonada.
Segundo Neri, hoje as linhas de crédito são como um programa de armazenagem, como o próprio custeio, pré-custeio que tinha lá atrás a taxa de juro de três a seis por cento, hoje estão na faixa de quatorze, e o pior, não tem recurso para isso.
Geller declarou que tudo isso precisava ser resgatado, e como a nomeação de Carlos Fávaro (PSD) ao Ministério da Agricultura, deixou a equipe leve, pois é uma pessoa que conhece o setor, que fundou e foi presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja).
“Assim como eu fui – membro da Aprosoja, que me ajudou na época ser secretário de política agrícola, depois ministro da Agricultura, alinhado com o time, como Blairo Maggi, com o próprio Iraí, enfim. E eu fui chamado para assumir a Secretaria de Política Agrícola”.
O deputado contou que desde o início vazou algumas informações sobre ele assumir a Secretaria, mas nunca confirmou porque até então não tinha decidido se iria.
“Eu tenho mandato de deputado federal que encerra no dia 31 de janeiro. Nessa semana, novamente o ministro me chamou, ministro Fávaro e mais outras lideranças como a ministra Gleice, o próprio Mercadante, que me chamaram para reorganizar a política agrícola do nosso Brasil”, reforçou.
Questionado quanto a questão do projeto de lei de agrotóxico que o Senado está pronto para aprovar, se o Executivo vai se mobilizar para tentar barrar esse projeto, Neri disse que na transição foi feita uma reunião com o Ministério do Meio Ambiente, com o Ministério de Saúde, sendo colocado com muita clareza.
“Eu fui correlator dessa matéria na Câmara e nós conseguimos aprovar e essa legislação vai modernizar, vai incorporar inclusive ampliação do uso de biológicos que é o que tem de mais sustentável no Brasil e nós fizemos essa conversa em novembro com a presença do senador Acir Gurgacz o relator e o presidente da Comissão de Agricultura e também estava alinhado com o meio ambiente. Agora no começo de fevereiro nós vamos tratar essa pauta porque ela é muito importante para produção, mas ela é muito rigorosa nos exames toxicológicos, ela é extremamente rigorosa na questão da sustentabilidade ambiental, única coisa que ela faz ela vai desburocratizar e vai fazer a liberação integrada. Não vai mais ficar dois, três anos nos Ministérios da Saúde, Meio Ambiente e Agricultura, ela vai ser aos moldes do da legislação da Austrália”.
Indagado pelo , como vê a recondução do ex-deputado federal Nilson Leitão para presidência do Instituto Pensar Agro (IPA), Geller disse que todos sabem que tiveram divergências com Nilson, e até tinha outra candidata com reais chances, mas enfatizou que sua equipe é do diálogo, e fizeram uma bela composição para Mato Grosso e para o país.
“O IPA é extremamente importante para economia do Brasil. Lá contempla e congrega 48 entidades de classe que representa o setor tanto da agroindústria quanto o setor produtivo, ABRAPA, Aprosoja. Agora precisamos construir pontes para que a gente realmente possa sentar como nós sentávamos em 2013, 2014, discutir a agricultura brasileira. Nós não podemos fazer disso um debate ideológico como está instalado aqui. É humanamente impossível você fazer um bom trabalho quando só se fala de arma, só se fala da questão ideológica, dos valores que muitas vezes pode ser interpretado de várias formas. Nós queremos ser pragmáticos e foi uma bela composição, estou bastante feliz, eu ajudei e contribuí nessa composição para que o Nilson voltasse presidente do IPA”, concluiu Neri Geller.
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