O ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, negou em depoimento prestado nesta segunda-feira (23.07) à Justiça que o ex-secretário Marcel de Cursi tenha recebido qualquer tipo de propina no esquema que desviou R$ 7 milhões dos cofres públicos por meio de fraude na compra de uma área rural de 727 hectares na região do Lago de Manso, em Chapada dos Guimarães.
Nadaf prestou depoimento ao juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues na ação penal oriunda da Operação Seven. Após deixar a sala de audiência, o ex-gestor disse que negou em depoimento o recebimento de propina por parte de Marcel de Cursi no esquema, e reafirmou que parte dos valores desviados foram usados para pagamento de propina aos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
“Como colaborador tenho obrigação de falar a verdade. Eu não tenho conhecimento que o Marcel tenha recebido qualquer tipo de propina desta desapropriação. Até porque não havia isso que teria sido consignado que ele iria receber. Eu deveria receber porquê de outra desapropriação (do bairro Jardim Liberdade em Cuiabá) não recebi. Foi utilizado uma parte para pagamento de propina para o Tribunal de Contas do Estado, e outra parte do recurso eu utilizei para pagamentos”, declarou Nadaf, veja vídeo no final da matéria.
Apesar da declaração, na denúncia da Operação Seven, o Ministério Público Estadual (MPE) aponta que Marcel de Cursi tinha conhecimento do esquema fraudulento, e que o ex-gestor (Cursi) e o procurador aposentado, Chico Lima, ficaram responsáveis para providenciar o recurso necessário ao pagamento da área.
Vale lembrar que o ex-governador Silval Barbosa afirmou, em sua delação premiada firmada com o Ministério Público Federal (MPF) e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que teria pago R$ 56 milhões aos conselheiros do TCE para não criarem "empecilhos" na execução das obras do programa MT Integrado durante a sua gestão.
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