A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu seis investigações sobre as acusações feitas pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no depoimento prestado em 24 de setembro de 2012. Condenado pelo SFT como o operador do chamado mensalão, ele acusou o ex-presidente Lula de ter se beneficiado pessoalmente do esquema.
Segundo o Estadão, os procuradores da República em Brasília concluíram pela existência de oito fatos tipificados, em tese, como crimes que exigem mais apuração. Dois já estão em investigação em outros inquéritos instaurados no âmbito do Ministério Público Federal.
No ano passado, Valério prestou o depoimento em que acusa Lula depois de ter sido condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470. Ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o empresário disse que Lula autorizou os empréstimos para custear o esquema celebrizado por mensalão, além de dizer que o então presidente teria embolsado parte do dinheiro para bancar despesas pessoais.
Gurgel temia que o depoimento fosse apenas uma manobra do empresário para atrapalhar o julgamento e esperou o fim do processo para despachar o depoimento.
Inicialmente, ele foi remetido para análise do Ministério Público Federal em Minas Gerais. Mas o procurador Leonardo Augusto Santos Melo descartou abrir investigação contra o ex-presidente Lula. O depoimento não acrescentou nada às investigações que correm em Minas Gerais sobre o caso do mensalão ou às ações que tramitam na Justiça Federal no Estado.
A Procuradoria da República em Minas já investiga os repasses feitos por Valério à empresa do ex-assessor da Presidência da República Freud Godoy. O operador do mensalão afirmou ter depositado um cheque de R$ 100 mil na conta da Caso Sistema de Segurança, uma empresa do setor de segurança privada.
Baseada nessa avaliação, a Procuradoria da República em Minas Gerais enviou para análise do Ministério Público Federal no Distrito Federal o depoimento. No entendimento dos procuradores mineiros, os fatos narrados por Valério, entre eles o pagamento de contas de Lula com dinheiro proveniente do esquema, teriam ocorrido no Distrito Federal.
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